A novela do Hospital Florianópolis (HF) ganhou mais um capítulo na noite desta quarta-feira. A comunidade e servidores da saúde fizeram uma vigília no local para se manifestar contra a transferência da gestão da entidade à Associação Paulistana para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), por considerarem a privatização do hospital.

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De acordo com a diretora do SindiSaúde, Simone Hagmann, o sindicato tenta reverter na justiça a decisão. Ela afirma que a SPDM nem poderia ter participado da licitação:

– Eles têm dívidas de mais de R$ 10 milhões com o INSS em São Paulo, e a lei impede que empresas com débitos participem – declarou.

Os manifestantes também reclamaram pela demora na reforma. O morador do Continente, Rodolfo Antonio Silva, explica que o pedido da comunidade é que o Hospital Florianópolis permaneça somente com atendimento do SUS:

– Essa reforma já dura quase quatro anos, e todo o investimento que foi feito precisa ser revertido para a população – declarou.

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A reforma teve início em 2009 com a previsão inicial de término em 180 dias, mas foram necessárias várias alterações no projeto, por se tratar de um prédio muito antigo. A Secretaria de Estado de Saúde informou por meio da assessoria de imprensa que a obra está em fase de finalização, e deve ser entregue em dezembro deste ano.

Informou ainda, que não iria se pronunciar sobre a vigília, pois havia sido informada apenas pela imprensa.

Hospital Florianópolis depois da reforma:

– 50 leitos de internação

– 10 leitos de UTI adulto

– 14 leitos complementares

Por mês:

– 5 mil atendimentos de emergência

– 190 cirurgias 4 300 internações

– 2,5 mil consultas ?

Entendo o caso:

Dezembro de 2009

– Começa a reforma no Hospital Florianópolis com previsão de término em 180 dias. Além da reforma do setor de emergência, no andar térreo, seriam recuperadas as instalações do subsolo, as alas de internação clínica e cirúrgica, a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e o centro cirúrgico.

Abril de 2011

– A demora nas obras e a situação precária no atendimento levou os moradores do Continente a protestar no Centro de Florianópolis. Um novo prazo foi dado para a entrega: janeiro de 2012.

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Junho de 2011

– A médica Kátia Melo Machado Gerent assume a direção do HF. Uma série de reinvindicações foram entregues a ela pela comunidade.

Junho de 2012

– Pacientes reclamam da falta de atendimento no HF.

Maio 2013

– Prefeitura de Florianópolis demonstra interesse em administrar o hospital, mas diz que precisaria da ajuda do Estado para bancar os custos.

Junho de 2013

– O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ajuizou ação civil para interromper o processo de privatização do HF.

Agosto de 2013

– No dia 1º de agosto de 2013 foi suspensa a liminar que impedia a transferência da gestão para uma organização social.

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18 de Setembro de 2013

– Sai no Diário Oficial o nome da Organização Social (OS) que vai administrar o HF: Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Saúde (SPDM), a mesma entidade que já administra o Samu estadual e o hospital de Jaraguá do Sul.