A questão do efetivo policial, principalmente a falta dele, dominou a maior parte das discussões do painel de discussões Compromisso JA, que teve nesta terceira edição como tema a Segurança Pública. Participaram do evento, que comemora os 35 anos do Jornal do Almoço, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Valdemir Cabral, o delegado-geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro D’Ávila e o secretário de Justiça e Cidadania, Sady Beck Junior.
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A questão do efetivo na Polícia Militar tem relação com o volume de aposentadorias. O governo contratou e treinou 3300 novos policiais militares, mas 2800 se aposentaram no mesmo período, os últimos cinco anos. O comandante da corporação disse que o governador já autorizou a contratação de mais 500 policiais, mas que sua intenção é tentar aprovar a contratação de 6 mil nos próximos quatro anos, já que a previsão é que cerca de 2500 saiam da PM pelo tempo de serviço.
– Nossa proposta é formar 1.500 policiais por ano nesses próximos anos para que façamos mais do que apenas repor os que se aposentam – disse Cabral.
Já na Polícia Civil, efetivo é o calcanhar de Aquiles, admite o delegado-geral. A falta de policiais para investigar as denúncias de crimes acaba gerando um círculo vicioso, que leva à investigação apenas dos casos mais graves, como sequestros e homicídios, deixando de lado roubos e furtos.
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– Não há condição hoje de dar vazão a 100% da demanda. E isso gera algo gravíssimo, que é a sensação de impunidade _ disse D’Ávila.
Com relação ao sistema penitenciário catarinense, que é responsabilidade da secretaria de Justiça e Cidadania, Beck disse, ao ser perguntado sobre os desafios de recuperar criminosos e reinserí-los na sociedade, que o efetivo é um complicador, mas não tem impedido os trabalhos da secretaria.
– Hoje 60% dos apenados trabalham no presídio. Uma parte está estudando. Nós não podemos permitir que os presídios sejam depósitos de pessoas – disse o secretário.
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O secretário estadual de Segurança Pública, Cesar Grubba, e o secretário municipal de Segurança e Defesa do Cidadão, Raffael de Bona, foram convidados, mas não compareceram ao evento. Grubba disse que tinha uma consula médica previamente agendada e por isso não pôde comparecer.
O Compromisso JA contou com a participação da sociedade, por meio de representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança de diversos bairros de Florianópolis, além de membros de entidades representantivas de classe, como a OAB-SC, que fizeram perguntas ao longo da discussão.
A mediação foi feita pelos apresentadores da RBS TV Mario Motta e Raphael Faraco. A próxima edição do Compromisso JA, na próxima quarta-feira, terá como tema o Hospital Universitário.
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