Após quase dois anos do primeiro caso de Covid-19 ser confirmado no Brasil, estudos foram feitos para entender o vírus de maneira aprofundada. Ações e métodos que inicialmente eram vistos como importantes na pandemia foram estudados e ganharam novos caminhos. Um deles foi o ato de limpar e desinfetar embalagens e sacolas plásticas após as compras no mercado.

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O medo da infecção do coronavírus fez com que as pessoas evitassem tocar em superfícies que pudessem estar contaminadas. Quando foi declarada a pandemia, as formas de contágio ainda estavam sob estudos. Dessa forma, tornou-se comum evitar o toque de maçanetas, portas e qualquer outro objeto. Afinal, não se sabia por quanto tempo o vírus poderia sobreviver em superfícies.

Com um estudo publicado em 17 de março de 2020 em uma das mais tradicionais revistas científicas do mundo, a New England Journal of Medicine, dos Estados Unidos, o conhecimento sobre a transmissão da Covid-19 por diferentes superfícies tomou algumas proporções. 

O estudo revelou que a vida do vírus nas superfícies depende do tipo de material no qual foi depositado. Em plástico, por exemplo, o estudo sugeria que o vírus poderia chegar a três dias.

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No entanto, outro estudo apontou que o risco de contaminação por contato é de cinco a cada 10 mil ao tocar uma superfície com presença do vírus. Ou seja, menos de 1%. Dessa maneira, especialistas afirmara que limpar compras ao chegar do mercado eram medidas que poderiam ser dispensáveis. Afinal, o vírus fica predominantemente no ar, sendo a higienização das mãos e uso da máscara medidas mais indicadas.

Como o coronavírus é transmitido?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de infecção pelo vírus da Covid-19 é a exposição a fluidos respiratórios de pessoas portadoras da doença. Assim, a transmissão pode ser feita da seguinte forma:

  • inalação de gotículas respiratórias e aerossóis;
  • deposição de gotículas respiratórias no nariz, boca ou olhos;
  • tocar mucosas com as mãos contaminadas por fluidos respiratórios contendo o vírus.

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É possível pegar Covid-19 em compras de mercado?

É possível que a Covid-19 seja transmitida por meio de compras de supermercado?
É possível que a Covid-19 seja transmitida por meio de compras de supermercado? (Foto: Arquivo NSC)

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Considerando que a transmissão é ambiental, ou seja, o ambiente é responsável por tornar as pessoas vulneráveis a contaminação, limpar sacolas, embalagens e superfícies após as compras perdeu a importância. 

Por isso, não é mais necessário se preocupar com a limpeza das compras, assim como outros métodos usados para limpeza, como a desinfeção de solas de sapato. 

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Como prevenir a Covid-19

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes;
  • Ficar em casa quando estiver doente;
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
  • Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção);

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Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Como é realizado o diagnóstico do novo coronavírus

O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.

As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.

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Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).

Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

A importância da vacina contra a Covid-19

Vacina contra Covid-19
Vacina contra Covid-19 (Foto: Secom)

As variantes são resultado do descontrole da pandemia e da alta circulação de pessoas. Quanto mais infectados, mais o vírus se multiplica, e, assim, mais mutações na identidade genética vão aparecer. A presença da variante delta e ômicron no Brasil, por exemplo, tem gerado preocupação nas autoridades sanitárias.

Para dificultar a cadeia de transmissão do vírus e impedir o surgimento de novas variantes, a saída é a vacinação rápida e coletiva.

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Quanto maior a demora para vacinar, mais o vírus cresce, a transmissão viral cresce. Então a gente vai perdendo a corrida, o vírus correndo e a gente corre numa velocidade bem reduzida atrás do controle dessa transmissão.

Depois da aprovação da Anvisa, o imunizante pediátrico da Pfizer teve sua aplicação iniciada essa semana, primeiramente em grupos prioritários, como crianças com deficiência permanente, com comorbidades, indígenas, quilombolas e crianças vivendo em abrigos e em lares com pessoas do grupo de risco para a Covid.

Assim como em adultos, a vacina é segura e eficaz em crianças. Todos os testes foram realizados, o rigor científico foi mantido, nenhuma etapa foi pulada e os resultados foram analisados por inúmeras agências [de regulação] no mundo inteiro. 

O estudo indicou que além da eficácia do imunizante, também temos segurança. E um resultado extremamente importante além do estudo, é que nós já temos milhões de crianças vacinadas no mundo e sem eventos adversos significativos até o momento. 

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A necessidade de imunizar crianças surgiu como forma de aumentar a imunidade coletiva e proteger os pequenos. As vacinas foram primeiramente desenvolvidas para os adultos idosos, pois esse grupo era o que tinha o maior risco para o agravamento e para o óbito. 

Contudo, conforme a pandemia foi avançando já se observou a necessidade do desenvolvimento de vacinas para os adolescentes e crianças. Então, já se tinha uma necessidade para o desenvolvimento de vacinas para este grupo e isso é importante para poder aumentar a imunidade coletiva e proteger essas crianças.

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Diferença entre vacina para crianças e adultos

No caso da vacina da Pfizer para as crianças, a dosagem e a composição são diferentes da utilizada para os maiores de 12 anos. Essa diferença também está na quantidade de doses por frasco de vacina, no tempo de armazenamento desse imunizante e também em relação ao próprio frasco.

Em relação à dosagem, as crianças de cinco a 11 anos vão receber 0,2 ml, o que acaba equivalendo a 10 microgramas, um terço da dose que hoje é administrada na população de 12 anos ou mais. Outra diferença é que o frasco da vacina das crianças comporta dez doses, mais do que as doses que tem no outro frasco. O tempo de armazenamento também muda. Enquanto para os mais velhos o imunizante pode ficar na geladeira entre 2 a 8º C durante um mês, para os menores é permitido que fique até 10 semanas.

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E existe também uma diferença na cor da tampa, que é laranja. Mesmo que pareça só uma mudança simples, ela é importante para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos responsáveis que vão acompanhar essas crianças, para que não tenhamos erros de dosagem.

E as crianças menores de 5 anos?

Diversos países já vacinam crianças a partir de dois ou três anos de idade. Temos a vacina da Sinopharma, da Sinovac, que já é utilizada a partir de três anos. Essas vacinas são utilizadas no Chile e na Argentina. Em Cuba, já se vacina crianças a partir de dois anos de idade com a vacina Soberana. E os laboratórios estão desenvolvendo vacinas para as faixas etárias ainda menores.

A Pfizer iniciou estudo ano passado com bebês a partir de seis meses e existe uma previsão de resultados para as crianças a partir de dois a quatro anos, uma divulgação desses resultados, até abril deste ano. 

A Moderna também iniciou estudos com bebês a partir de seis meses. Isso vamos acompanhando nos próximos meses, a incorporação dessas outras faixas-etárias, que não estão cobertas atualmente, o que é muito importante, porque é mais uma ferramenta para o enfrentamento da pandemia.

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Agora que você já sabe que as melhores formas de prevenção para Covid-19 consiste no distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos e a vacinação, concentre-se nestas ações no lugar de higienizar as compras ao chegar em casa.

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