Os catarinenses pretendem gastar em média R$ 446,43 com cerca de cinco presentes de Natal. Pelo menos é o que indica uma pesquisa realizada pela Fecomércio e Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina, que também mostra um crescimento de 6,5% em relação à expectativa de gastos dos consumidores em 2015. Quem também deve observar resultado positivo nas vendas são os pequenos produtores que, apesar de não aparecerem nas pesquisas de intenção de compra, vendem cada vez mais seus artigos, geralmente artísticos, expostos em feiras ou pela internet.
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É uma tipo de presente que, além de mais barato, personalizado e sustentável, fortalece a economia local.
— O Natal será um reflexo do ânimo da economia brasileira: mantém-se a tradição de presentear, mas com itens econômicos — comenta o presidente da Fecomércio em SC, Bruno Breithaupt.
10 presentes criativos para comprar de produtores catarinenses
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Não somente atrás de melhor preço, mas principalmente de algo personalizado, é que a estudante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Eduarda Pereira, 20 anos, pensou em presentear uma amiga com algo bastante específico. Um enfeite para a casa que mostrasse um trecho da abertura da série de TV Gilmore Girls. A jovem sabia que não encontraria o item no comércio tradicional e encomendou-o de outra colega, que aventura-se há pouco tempo nas artes manuais.
— Ainda faço compras no comércio tradicional, mas acho que as pessoas procuram coisas diferentes nessa época do ano, já que as lojas têm sempre as mesmas opções – reconhece Eduarda.
A fornecedora do objeto de decoração é a jornalista Marina Juliana Gonçalves, 23 anos, que iniciou a rotina de bordados inspirada nos modelos que via pela internet. Quase que imediatamente, percebeu a demanda para itens com diferentes preços, prazos e modelos.
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— O mercado independente está crescendo. O diferencial é que as pessoas podem comprar produtos exclusivos, feitos em pequena escala, ajudar pessoas que estão criando peças com personalidade, com uma ideia por trás, sem visar só o lucro — comenta Marina.
No comparativo com o varejo tradicional, a artesã destaca a possibilidade de estreitar o relacionamento com os consumidores. O atendimento, inclusive, é um dos motivadores para a compra , segundo a pesquisa de Intenção de Compras Natal 2016, juntamente com a qualidade dos produtos.
— As grandes empresas geram rendas astronômicas o ano inteiro, enquanto o pequeno produtor se faz no boca a boca. Isso cria uma relação muito mais forte e verdadeira entre produtor e cliente — defende Marina.
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Tendência comprovada
A valorização daquilo que é produzido localmente é uma tendência consolidada em países desenvolvidos e em ascensão nos emergentes, conforme observa o professor de finanças pessoais da UFSC, Jurandir Sell Macedo.
O especialista credita tal comportamento, que acontece tanto em feiras de rua quanto na internet, a uma maior sensibilização econômica, social e ambiental.
— A prática oferece emprego para as pessoas que estão aqui, reduz custos com logística para levar o produto até o consumidor e isso tudo estimula a economia local. Desvalorizamos aquilo que era local por muito tempo, mas essa lógica está se invertendo, graças aos jovens, que tem consciência especial mais ampla — analisa.
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A coordenadora regional do Sebrae na Grande Florianópolis, Soraya Tonelli, lembra que a época que antecede o Natal é propícia para o surgimento desse tipo de empreendedor, principalmente ao chamado de “de oportunidade”.
— Hoje, no Brasil, o percentual por oportunidade já é maior do aquele que empreende por necessidade. No início, é fundamental buscar conhecimento, além de realizar um bom planejamento e, assim, validar o modelo de negócio — explica a especialista, que responde pelos Microempreendedores Individuais em SC, ou seja, pela primeira formalização possível ao pequeno produtor.
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