Ao menos 17 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos pela Polícia Civil a respeito de irregularidades na compra de kits para alimentação de famílias e crianças durante a pandemia pela Prefeitura de Barra Velha, no Litoral Norte. A operação ocorre em cinco cidades catarinenses.
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Segundo a Polícia Civil, o caso foi descoberto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A suspeita é de conluio nos orçamentos de chamada pública e sobrepreço em parte dos itens fornecidos às famílias durante a pandemia de Covid-19 em 2020.
Ainda de acordo com a investigação, uma cooperativa de produtores rurais teria sido criada a fim de burlar a licitação e, assim, viabilizar a participação de um grupo empresarial, que atua no ramo de supermercados na região do litoral catarinense.
O estabelecimento, que foi criado em 2018 com um patrimônio de R$ 100, já recebeu, desde a criação, mais de R$ 3 milhões em pagamentos vindos do município de Barra Velha e de outras cidades catarinenses.
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Os mandados estão sendo cumpridos em Barra Velha, São João do Itaperiú, Siderópolis, Forquilhinha e Criciúma, em empresas e residências. Documentos, telefones e computadores estão sendo recolhidos.
Conforme a polícia, o intuito da operação é apurar a existência de uma organização criminosa, em que a ação teria implicado em crimes licitatórios, contra a administração pública, fiscais e lavagem de dinheiro.
Durante o cumprimento das buscas, a polícia encontrou duas estufas para o cultivo de maconha, além de grande quantidade droga. Um suspeito foi encaminhado à Central de Plantão Policial de Itajaí. De acordo com o delegado Rodrigo Dantas da Deic, ele seria marido de uma investigada que presta serviços ao grupo.
Coordenada pela Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes contra o Patrimônio Público (Decor/Deic), a ação foi batizada como “Operação Triangular”, por fazer alusão ao conjunto dos órgãos de controle e fiscalização do estado: Polícia Civil, Tribunal de Contas e Ministério Público; e, também, aos núcleos investigados: cooperativa, empresas e agentes públicos.
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Além do tribunal, prestam apoio no cumprimento dos mandados o CECOR, 1ª, 2ª e 4ª DECOR, DLAV, DFRV, DCAC, DRRDI, DPMU de Siderópolis e DRP de Criciúma.
Em nota, a Procuradora-Geral de Barra Velha Sheila Jaqueline da Costa Scherer disse que a prefeitura aguarda a cópia do inquérito para apurar os fatos e abrir um processo administrativo competente. Além disso, o município alega que tem colaborado com as investigações.
Veja a nota na íntegra:
“Em virtude de que se tratam de fatos que ocorreram na gestão anterior, estamos aguardando a cópia do inquérito para apuração dos fatos e abertura do processo administrativo competente.
O Município tem colaborado com as investigações, fornecendo todos os dados solicitados.
Tão logo sejamos intimados, tomaremos as medidas cabíveis, mantendo a imprensa informada”.
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