Após uma redução acentuada nas internações e mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil, a chegada da variante Ômicron e as festas de fim de ano passaram a ser a principal preocupação dos epidemiologistas que acompanham a evolução da pandemia. De acordo com eles, a maneira como as pessoas se comportarão nas comemorações vai definir se teremos uma reversão no cenário atual, que é positivo.
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Em entrevista ao Metrópoles, o epidemiologista Raphael Guimarães, pesquisador do Observatório Fiocruz Covid-19, explica que o avanço da vacinação vem conseguindo deter a disseminação do vírus no Brasil e, com a ampliação da campanha de imunização para crianças e adolescentes e a liberação de dose de reforço para toda a população, a tendência é que o panorama seja cada vez mais favorável.
No entanto, o pesquisador lembra que, o contexto de uma pandemia depende de muitas variáveis e, entre elas, está a circulação de pessoas. Os meses de dezembro e janeiro caracterizados por férias escolares, festas e confraternizações propiciam maiores oportunidades de contágio, pois as pessoas se encontram mais.
— O cenário que a gente tem daqui pra frente é otimista, mas não podemos deixar fugir do nosso radar a ocorrência de eventos que possam trazer maior preocupação. Hoje a gente tem duas grandes preocupações: a introdução da Ômicron e a questão de como vamos nos comportar com relação aos eventos de massa, que temos com muita frequência neste período do ano — afirmou o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
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Além disso, ele lembra que ainda é necessário algum tempo para saber qual a dimensão do impacto da variante Ômicron no Brasil. O epidemiologista afirma que as informações sobre as características da variante ainda são limitadas. Até aqui, os dados mostram que a Ômicron não causa casos mais graves do que as variantes anteriores, mas é transmitida com mais rapidez.
— A tendência é que ela consiga se dispersar mais no ambiente e aí atingir uma quantidade maior de pessoas. Então a nossa grande preocupação hoje está na questão dos eventos. Se a gente abre as fronteiras de forma indiscriminada e não faz controle da entrada e saída de pessoas hoje no país, há um risco iminente — afirma Guimarães.
Para manter a pandemia sob controle, segundo o pesquisador, é preciso avaliar diversos fatores. Isso inclui observar a evolução de casos e de óbitos; a taxa de ocupação de leitos; a taxa de positividade dos testes; a cobertura vacinal; os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e os dados demográficos.
— Não basta ter um ou dois indicadores para poder nivelar a pandemia. Isso é um equívoco que muitos gestores fizeram ao longo do percurso. A gente acredita que só a união de todos esses indicadores traça o cenário adequado para tomar a decisões políticas responsáveis — explica.
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