O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta segunda-feira (22), na véspera da abertura da Assembleia Geral da ONU em Nova York, nos Estados Unidos, o presidente americano Donald Trump. Ele chamou o comportamento de definição do tarifaço de 50% às exportações brasileiras de “inacreditável”. As informações são do O Globo.

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Lula atribuiu o tarifaço ao “julgamento de um ex-presidente que tentou um golpe de Estado contra um Estado Democrático de Direito, que planejou a minha morte e o assassinato do vice-presidente [Geraldo Alckmin] e de um ministro do Supremo Tribunal Federal [Alexandre de Moraes]”, em alusão ao chamado Plano Punhal Verde e Amarelo, parte da trama golpista. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela trama.

A declaração foi dada à emissora de televisão americana PBS. Lula disse que não há justificativa comercial para o tarifaço e que quer dialogar com o governo dos EUA.

— Não tomo decisões com raiva de quem quer que seja e no momento em que os EUA quiserem negociar, estamos prontos. As pessoas que eu tenho para negociar são o meu vice-presidente da República — que é também meu ministro do Comércio — meu ministro da Fazenda, meu ministro de Relações Exteriores. Mas os Estados Unidos não têm ninguém do lado deles para falar sobre comércio. Eles falam que não é com eles, que não falam sobre comércio, que é um assunto político. No momento em que o presidente Trump queira falar sobre política, eu também posso falar sobre política — disse Lula.

Sobre uma declaração dada em relação a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, onde afirmou que se a invasão tivesse acontecido no Brasil, Trump teria sido julgado e condenado, Lula reiterou a fala.

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— Não estou dizendo que ele [Trump] deveria ter sido julgado, porque não conheço o sistema judiciário dos EUA. Eu disse que, se fosse no Brasil, se tivesse acontecido no Brasil, o que aconteceu na capital dos Estados Unidos, também seria julgado no Brasil — disse Lula.

Lula também disse que respeita Trump como chefe de Estado.

— As pessoas perguntam: você gosta ou não do Presidente Trump? Nunca conheci o Presidente Trump, então não é uma questão de gostar ou não dele. Ele também não me conhece. O que importa é que ele é o chefe de Estado dos Estados Unidos e eu sou o chefe de Estado do Brasil. E como dois chefes de Estado, temos que nos respeitar, porque fomos eleitos democraticamente pelo povo do nosso país para apoiar essas pessoas e governá-las. Se isso for possível, é assim que espero manter nosso relacionamento com os EUA — afirmou.

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