Coincidentemente, três dias após a denúncia da RBS TV de suposta contagem paralela por funcionários vir à tona e surpreender o Judiciário, o sistema prisional anunciou que não receberá novos presos no complexo da Agronômica por causa da superlotação. A medida deverá abarrotar delegacias de polícia impróprias para recebê-los. Ou ainda o que a sociedade mais teme: provocar a liberdade para quem cometer crime e for pego pela polícia, num ambiente de impunidade e desmotivação na segurança pública.

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Seria o momento de uma intervenção no conjunto de prisões da Agronômica? Decretar estado de emergência no sistema prisional e assim construir emergencialmente novas unidades? Fazer um plano urgente para ativar logo as 100 vagas disponíveis na pronta e vazia Penitenciária de Segurança Máxima em São Cristóvão do Sul?

Talvez essas sejam ações em eminência. Construir novos presídios do regime semi-aberto, que são mais fáceis e rápidos, surgiria como outra alternativa. Há quem defenda algo ainda mais desafiador à Secretaria da Justiça e Cidadania: abrir e mostrar in-loco à sociedade o verdadeiro caos que estaria a cadeia da Agronômica.

Ao mesmo tempo, apontar o que deve ser feito para que a bomba-relógio não exploda nas barbas de uma das áreas residenciais mais valorizadas da Capital. Enquanto isso, ninguém anunciou ainda quando será a contagem oficial do real número de detentos abrigados no conjunto de prisões.

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