A prefeitura de Balneário Camboriú aguarda a conclusão de uma perícia judicial, prevista para daqui no máximo 30 dias, para saber como será feita a recuperação do Centro Esportivo Oswaldo Husadel, no Bairro das Nações. O ginásio foi interditado na sexta-feira pela Defesa Civil do município, como forma de prevenção a riscos provocados por rachaduras.

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Construído em 2008, o local apresenta pequenos problemas estruturais desde 2009 – que se agravaram nos últimos anos. A administração municipal, após várias notificações à empresa que fez a obra do Centro, entrou com uma ação judicial no fim de 2012 cobrando os reparos.

Como os defeitos apareceram em um espaço de tempo muito curto, a construtora ainda é legalmente responsável pelas condições do complexo esportivo, e agora a prefeitura quer que as reformas sejam exigidas da empresa.

Apesar do Centro estar fechado para atividades, a Defesa Civil de Balneário afirma que não há indício de risco iminente de queda, por exemplo. A medida de interditar o espaço é de precaução, para não provocar mais danos às paredes, ao chão e ao teto da construção.

Espaço alternativo

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O ginásio abrigava treinos de judô, karatê, taekwondo e ginásticas rítmica e artística, além de fisioterapia, da academia municipal e do projeto Maturidade Saudável. Com exceção da ginástica artística, todas as outras modalidades foram transferidas para o Ginásio Multieventos Sérgio Lorenzato, também no Bairro das Nações.

– Fizemos essa mudança para que o impacto seja o menor possível aos cerca de 300 atletas que fazem atividades no Centro Oswaldo Husadel. Só não foi possível realocar a ginástica artística porque o Multieventos não comporta – explica o superintendente da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Balneário, Sandro Bernardoni.

Com as rachaduras ainda pequenas e em pontos isolados, o local hoje interditado foi pré-selecionado em 2011 como centro de treinamento da ginástica para as Olimpíadas de 2016. Apesar do transtorno, a prefeitura acredita que haverá tempo hábil para que o projeto olímpico seja mantido.

Empresa foi notificada várias vezes

Procurador-Geral de Balneário Camboriú, Marcelo Freitas diz que a empresa JC Rosas Construções Civis e Serviços Ltda., responsável pela construção do Centro, foi notificada por várias vezes e nunca retornou aos avisos. Com isso um engenheiro do município avaliou as condições da obra, e em seguida foi obtida uma medida cautelar para que houvesse também uma perícia judicial.

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Quando o relatório do perito for entregue à Justiça, a prefeitura espera ou que os reparos sejam feitos pela JC Rosas ou que o magistrado autorize os serviços da própria Secretaria de Obras da cidade, com posterior indenização por parte da empresa.

– Não é normal uma obra com menos de cinco anos apresentar todos os problemas que observamos. É visível que os vícios decorrem da utilização de material inadequado ou que a mão de obra não foi a contento – destaca Freitas.

Como não existe risco iminente de queda, o procurador informa ainda que a opção por interditar o Centro tem o objetivo de não descaracterizar as falhas na estrutura. Obras emergenciais poderiam aumentar os problemas, dificultando a responsabilização da empresa.

Contraponto

O Sol Diário entrou em contato com a empresa JC Rosas Construções Civis e Serviços Ltda., com sede em Maringá (PR). Ao atender a ligação, ninguém se identificou como funcionário da empresa, que só teve o nome confirmado após três questionamento da reportagem.

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O responsável técnico pela construtora, José Carlos Rosa Junior, afirmou que não tinha nada a declarar sobre os problemas encontrados no Centro Esportivo de Balneário, se limitando apenas a dizer que a situação está na Justiça e cabe a ela se pronunciar sobre o caso.