O monitor instalado no Complexo da Canhanduba, em Itajaí, mostra uma sala a quase 3 mil quilômetros de distância. O transmissor é parte do equipamento de videoconferência que será usado durante as audiências dos suspeitos de envolvimento com os atentados em Santa Catarina, ocorridos entre o fim do ano passado e início deste ano, e estava sendo testado neste domingo.
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Durante a tarde, agentes do Departamento de Penitenciário Nacional (Depen) finalizavam a instalação do equipamento, que será usado para que 22 réus sejam ouvidos, diretamente da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Na sala em Itajaí, além da videoconferência, cadeiras para os membros do judiciário, advogados, testemunhas e 55 réus já estavam devidamente posicionadas.
A sala de audiência da Canhanduba fica em uma ala ainda não inaugurada do complexo. O espaço, onde funcionará o presídio da unidade é uma ampliação com capacidade para 362 presos.
O diretor do complexo Juliano Stoberl explica que faltam pequenos detalhes para o local ser inaugurado. Isso deve ocorrer formalmente assim que os 55 presos trazidos de outras unidades prisionais do Estado para prestar depoimento, no processo em que são apontados como membros do PCG e participantes dos atentados, sejam transferidos.
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– Também por isso, o complexo de Itajaí foi escolhido. É um prédio novo, que estava vazio e tem uma excelente estrutura de segurança – destaca o diretor do Deap, Leandro Lima.
Desta segunda-feira até o fim das audiências os presos permanecerão no prédio do presídio, com exceção das mulheres que foram levadas para o presídio do Matadouro. Em cada cela na ala do complexo, com capacidade para seis detentos, estão alocados apenas dois réus e policiais da Tropa de Choque da Polícia Militar também ficarão alojados no local.
A segurança está reforçada na unidade e a partir desta segunda-feira a estrada que leva ao complexo terá um bloqueio. Somente veículos e pessoas identificadas poderão avançar em direção ao local.
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Esquema de segurança
Os últimos comboios trazendo presos para as audiências chegaram ao complexo neste domingo. Os primeiros começaram a chegar na quinta-feira da semana passada e no domingo chegaram ao local as escoltas com os maiores números de detentos. Em uma delas, 21 presos chegaram da Capital.
Para garantir a segurança durante o trajeto e no complexo, foram destacados 70 agentes do Departamento de Administração Prisional (Deap). De acordo com o diretor do departamento, pelo menos 50 permanecerão em Itajaí para as audiências, que começam nesta segunda-feira e seguem até o dia 18, podendo ser prorrogadas.
Além disso, o policiamento militar também está reforçado. De acordo com o comandante da 3ª região da PM, tenente-coronel Atair Derner Filho, estão na região policiais do Bope, Choque, Cavalaria, Canil da PM e há policiamento aéreo.
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Independente do forte esquema de segurança, a rotina no complexo da Canhanduba permanece a mesma. Neste domingo, as visitas ocorreram normalmente e vão continuar ocorrendo no que depender da administração.
Maior operação do Estado
O aparato de segurança empregado na Canhanduba não poderia ser diferente. O esquema é o maior em unidades prisinais que já se teve notícia no país, de acordo com o diretor do Deap, e é seguramente o maior do Estado.
Além dos 55 presos trazidos para Itajaí e dos 22 que falarão por videoconforência, outras 15 pessoas que respondem em liberdade devem comparecer para depor. Quarenta e seis advogados trabalham nas defesas e vão acompanhar as audiências.
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– As videoconferências são comuns de unidades federais para estaduais. Mas com essa quantidade de réus é a primeira vez, normalmente são um ou dois – destaca o agente Pires, do Depen.