Embora Santa Catarina tenha uma boa colocação em nível nacional no ranking de competitividadeocupa a 3ª posição, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira -, isso não é necessariamente motivo para comemorar, já que se trata de uma comparação feita dentro do Brasil, país que tem baixo desempenho em âmbito global.

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Em 2016, o país perdeu espaço no ranking mundial mais uma vez, e caiu da 56ª para a 57ª posição em uma lista com 61 países, de acordo com o Relatório Global de Competitividade, divulgado em maio pelo Instituto Internacional de Desenvolvimento de Gestão em parceria com a Fundação Dom Cabral. Atrás do Brasil ficam somente Croácia, Ucrânia, Mongólia e Venezuela.

E a situação não deve melhorar no curto ou no médio prazo. Para o economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professor da Fundação Getúlio Vargas, André Nassif, o país precisa atacar elementos que demoram a ser implementados e a gerar resultados.

—Qualidade da mão de obra disponível, desenvolvimento da infraestrutura física, desenvolvimento cientifico local e clusters são quatro fatores fundamentais para a competitividade. Eu diria que em praticamente em todos esses quesitos o país está aquém. Em educação, por exemplo, somos medíocres – afirma o economista.

A infraestrutura, um dos grandes gargalos reclamados pelos empresários do país dentro do pacote do custo Brasil, é apontada por Nassif como um problema que o Estado brasileiro não tem condições de resolver.

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—Tem que tentar um outro mecanismo, via privatização e concessão. Agora o governo está sinalizando que as concessões serão a principal linha no âmbito produtivo. Mas isso demora, tanto que as concessões só começam ano que vem, ainda tem que desenhar os projetos, viabilizar os projetos financeiramente, etc. No curto e no médio prazo a coisa dificilmente vai mudar. E quando falo em médio prazo, me refiro a um período de cinco a sete anos.

Para Nassif, a melhoria da competitividade passa também por um gasto mais eficiente – e não necessariamente maior – na educação, pela melhoria na eficiência e na sinergia de aglomerados industriais (clusters) e investimento em pesquisa.