Duas cientistas invadiram na tarde de ontem uma das salas do Terceiro Ano do Ensino Médio do Instituto Estadual de Educação (IEE), em Florianópolis. Prontamente elas transformaram os alunos em seus estagiários, informaram testemunhas. Os estudantes foram instigados a citar cientistas famosos. Eles lembraram de Einstein, Darwin, Isaac Newton.
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— E mulheres cientistas, vocês conhecem? — indagou uma das pesquisadoras invasoras.
Com uma resposta negativa da sala de aula, os estudantes foram obrigados a desenvolver um problema — descobrir o volume de um cubo — e por volta das 14h, eles sumiram ao entrar numa cápsula do tempo para aprender ciência e conhecer mulheres que fizeram história na área.
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A estratégia foi criada pelo (Em) Companhia de Mulheres, um coletivo de pesquisa teatral feminista, com apoio e patrocínio do Instituto Unibanco, através do Fundo Social ELAS e Fundação Carlos Chagas, que tem como objetivo contribuir para a maior inserção de meninas em carreiras de ciências exatas, tecnológicas e naturais.
As três atrizes do grupo, RosiMeire Silva, Drica Santos e Priscila Mesquita, interpretaram cientistas e pesquisadoras de diferentes períodos. Entre elas estava Ada Lovelace, a primeira programadora do mundo; Marie Curie, a mãe da física moderna, a psiquiatra brasileira Nise Silveira, e uma cientista bem particular, aqui das terrinhas de Floripa – mais precisamente da Barra da Lagoa, como ela falou.
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A benzedeira Diomira apareceu na sala de aula para procurar sua neta, a Catarina, e acabou viajando no tempo com os alunos e descobriu, através de Hildegard de Bingen, uma freira da Idade Média que escreveu livros sobre botânica e virou santa, que o que ela faz também é ciência.
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— O objetivo não é só incentivar as meninas desta idade a escolher as exatas, mas valorizar as pesquisadoras que fizeram história também — explicou a dramaturga da peça, Ana Araújo.
— A peça é uma grande oportunidade para quebrarmos esta cultura de que homens seguem para exatas e mulheres não — complementou ainda o diretor do IEE, Vendelin Santo Borguezon.
A peça interativa será apresentada em oito oportunidades no instituto. Para contato com o coletivo teatral, é só mandar e-mail para silvameire22@gmail.com.
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