Elas são más, transformam-se, lançam feitiços. E, agora, são as protagonistas que levarão um pouco da cultura popular catarinense para outras terras. As bruxas são o tema da nova contação de história da Cia. Sandra Baron e estarão presentes na Copa do Mundo. A companhia jaraguaense foi aprovada no edital do Ministério da Cultura e é um dos 11 grupos catarinenses que viajam para levar a arte de Santa Catarina para as cidades-sede do evento.
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A companhia parte para Porto Alegre no dia 8 de junho e permanece por cinco semanas na capital gaúcha. A Casa de Cultura Mario Quintana, no Centro da cidade, é a sede das apresentações de Contos da Ilha da Magia, que narra as peculiaridades das bruxas catarinenses. Além da própria Sandra Baron, o contador de histórias Sergio Bello e o produtor Fabio Prates integram a comitiva.
– Devido ao caráter de integração do projeto, pensamos em levar uma coisa bem catarinense, característica de nossas histórias e do mundo mais fantasioso de nosso Estado. Nossas bruxas são diferentes das europeias, por exemplo. Elas são mulheres comuns, que à noite se transformam em objetos ou animais. E a benzedeira é uma figura muito presente, pois ela livra os indivíduos ?embruxados?, aqueles que estão sob encantamentos – conta Sandra.
As bruxas, porém, são apenas parte do projeto. Além das 20 apresentações da contação de histórias, a companhia oferece quatro oficinas, duas com cunho pedagógico e duas voltadas a iniciantes no mundo da contação. Há, ainda, cinco saraus. A ideia é convidar o público a compartilhar suas histórias. Sandra e Sergio começam o trabalho narrando contos catarinenses e instigando a plateia a contar suas próprias narrativas. Todas as atividades são gratuitas.
Na mala, o trio leva os anos de experiência em maratonas de apresentações como a que encontrarão no Rio Grande do Sul. No retorno, há expectativa de encher as bagagens com conhecimentos.
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– Sabemos que lá há uma tradição forte, muitos causos, há a poesia, o jeito de falar, a figura do gaudério. E quero trazer uma cuia bem grande para o chimarrão – sorri Sandra.
Além disso, essa será a primeira oportunidade da companhia de entrar em contato com um público estrangeiro e testar os limites da arte da contação de histórias.
– O Sergio conta que há histórias que se contam em idiomas desconhecidos e ainda assim as pessoas entendem. Vamos ver como será – relata Fabio.