Passageiros que compraram bilhetes da companhia aérea Pluna, do Uruguai, deverão ficar oito dias sem qualquer informação sobre reembolso ou reacomodação em voos de outras empresas.

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Neste domingo, a Pluna anunciou que poderá apresentar soluções somente a partir das 10h de terça-feira.

A falta de orientações vem irritando os passageiros desde o dia 3, quando a Pluna cancelou os voos em função de uma greve dos funcionários. Na sexta-feira, a empresa confirmou a suspensão das operações por tempo indeterminado, devido à crise que enfrenta. Não foi divulgado o número de clientes afetados. No entanto, o presidente da Associação de Agências de Viagens do Uruguai, Sergio Bañales, informou à agência de notícias Ansa que são 10 mil uruguaios e 5 mil brasileiros e argentinos.

Uma das prejudicadas é a advogada Alda Maria de Oliveira, 59 anos, que comprou dois bilhetes para o Chile, ida e volta, por R$ 2.826. Ela e a filha, Shariza, 24 anos, pretendem embarcar no dia 18 desde Porto Alegre. Durante o final de semana, as duas buscaram em vão por informações junto à Pluna e à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

– Não disseram nada sobre a devolução do dinheiro ou reacomodação em outros voos – queixou-se Alda, que comprou as passagens no mês passado.

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A Pluna promete apresentar soluções a partir de terça-feira. Desde 1949 operando no Brasil, oferecia voos semanais para Montevidéu, Buenos Aires, Punta del Este e Santiago do Chile. Na Capital gaúcha, eram dois voos diários. A suspensão de atividades foi decidida pelo governo uruguaio, que administra a empresa desde 15 de junho, após a saída do principal sócio, o fundo americano Leadgate.

A Anac informou, neste domingo, que poderá ter um quadro melhor da situação – como o número de brasileiros prejudicados – a partir de segunda-feira. A agência de fiscalização poderá multar a Pluna em até R$ 360 mil por voo, se a companhia não prestar assistência integral aos passageiros. Outra pena seria a cassação da autorização para operar no Brasil.

A Anac garante que está atenta ao atendimento aos passageiros atingidos pelo cancelamento dos voos, nos aeroportos onde a Pluna funcionava. A agência dispõe do reforço de 220 Inspetores de Aviação Civil (Inspac) para fiscalizar as empresas aéreas e os terminais do país.

Notícias do jornal uruguaio El País dão conta de que a Pluna enfrenta ações trabalhistas gigantescas. Os valores são desencontrados, mas o montante não baixaria de US$ 15 milhões – cerca de R$ 30 milhões.

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A Pluna disponibilizou um telefone para atender a passageiros do Brasil: (11) 3711.9158