Palavras de conforto e uma longa salva de palmas encerraram o velório de Maurício Eduardo Rosskamp, na manhã desta sexta-feira (21), em Joinville. Com a Capela III da rua Borba Gato lotada, familiares, amigos e representantes da Câmara e do Executivo deram o último adeus ao consultor jurídico da Câmara de Vereadores, brutalmente assassinado na madrugada desta quinta-feira .

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— Joinville chora hoje a morte de um filho. Ele sempre se preocupou com a legislação e com a cidade, independente de qualquer lado, era muito correto, prestativo e imparcial – relembra o deputado estadual reeleito, Kennedy Nunes (PSD), que conviveu com Rosskamp durante mandato na Câmara, de 1998 à 2003.

Dentre os presentes, a opinião era unânime pelos corredores da capela: além da saudade, Maurício deixará um legado responsabilidade, seriedade e imparcialidade no ofício. Assessor jurídico da Câmara há 23 anos, participou de importantes mudanças, audiências públicas e discussões em reuniões de comissões técnicas.

Já a vereadora Tania Larson (Solidariedade) conta que a morte brutal de Maurício deixou os parlamentares e servidores da Câmara assustados. Segundo ela, o consultor era uma "pessoa do bem", prestativa e disposta a ajudar a todos.

— Para nós e inaceitável, principalmente pela forma que aconteceu, da maldade e crueldade humana de quem fez isso com ele. O que nós pedimos agora é por justiça – lamenta Tânia.

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Em entrevista ao "AN" nesta quinta-feira (20), o pai de Maurício, o ex-vereador e ex-deputado estadual Raulino Rosskamp, falou sobre a morte e as lembranças que guardará do filho.

— Ele tinha princípios muito fortes e sérios, todos os processos de lei e outros assuntos que caiam na alçada dele, ele realmente estudava, analisava e dava o parecer dele na área jurídica com perfeição, correção e seriedade, sem nunca aceitar um centavo de ninguém a título de privilegiar quem quer que fosse — menciona.

Câmara vai instaurar comissão para o caso

Uma comissão permanente será instaurada pela Câmara de Vereadores de Joinville para acompanhar a investigação sobre a morte do consultor jurídico, Maurício Eduardo Rosskamp, 52 anos. O caso está sendo apurado pela Delegacia de Homicídios (DH) que já instaurou o inquérito policial.

A comissão será instaurada a partir do dia 2 de janeiro, quando termina o recesso do Legislativo. Além disso, Câmara ainda prevê uma série de homenagens para o servidor, que estava à frente do cargo desde 1995.

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O caso

O corpo do advogado foi encontrado no início da madrugada desta quinta-feira (20), no bairro Paranaguamirim, na Zona Sul de Joinville. Segundo o delegado, ele possuía vestígios de agressão com objeto contundente (ainda não especificado pela polícia). Inicialmente, a DH informou que ele teria sido vítima de pedradas.

A Polícia Militar foi acionada por pessoas que encontraram o corpo às margens da rua Rio Velho, no bairro Paranaguamirim. O relato das testemunhas e imagens de câmeras de segurança irão ajudar a esclarecer se trata-se de um assalto seguido de morte (latrocínio) ou de um homicídio e ainda nenhuma hipótese está descartada.

Já o carro do consultor foi encontrado incendiado ainda durante a madrugada no fim da rua Jacupiranga, no bairro Aventureiro, a cerca de 17 quilômetros do local onde o corpo foi encontrado. Segundo a Polícia Militar, os bombeiros apagaram o incêndio e só foi possível recuperar uma placa para rastrear informações sobre o carro.

As primeiras informações são de que Maurício estava no bairro Itaum, em uma confraternização com o grupo com o qual jogava futebol às quartas-feiras.

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