O silêncio no velório da professora Alessandra Abdala, 45 anos, só foi interrompido pelos soluços de choros e pelos pedidos de justiça. A educadora da rede pública de Florianópolis foi morta a tiros na quinta-feira (24) no trajeto para o trabalho no Núcleo de Educação Infantil Municipal da Tapera. O suspeito é o ex-companheiro dela, um policial militar, que foi preso na noite desta quinta.
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Professora é assassinada a tiros em Florianópolis
Alessandra foi velada desde a noite de quinta até a manhã desta sexta-feira (25) em uma das capelas do anexo ao Cemitério São Francisco de Assis, no bairro Itacorubi. O sepultamento ocorreu por volta das 10h.
A despedida foi acompanhada por dezenas de familiares, amigos, colegas de trabalho e até pelo prefeito de Florianópolis, Topazio Neto. Um corredor formado por coroas de flores tinha frases homenageando a professora vindas de diversos grupos, como o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem).
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“Ela será lembrada pelo sorriso”, disse uma das professoras que trabalharam com Alessandra durante os seis anos de profissão na rede pública da Capital. A tia dela, Maria da Graça, diz que Alessandra era muito estudiosa e que passou a caraterística para a filha, uma jovem de 20 anos, que dá aulas de inglês.
Ainda na noite de quinta, quando o velório começou, um grupo de amigas da professora Alessandra resolveu fazer uma homenagem definida como “a cara dela”. Elas brindaram com copos cheios de cerveja à vida da educadora. A irmã de Alessandra, Andreza, diz que a bebida era a favorita dela.
— Ela podia não querer tomar água, mas cerveja ela sempre ia querer — conta Andreza.
Família pede justiça
Atordoada com a situação, a mãe de Alessandra, Sandra, só se afastou do caixão da filha para pedir por justiça. Ela relata que a professora viveu um inferno nos últimos dez dias. A data se refere à da agressão que a educadora denunciou à polícia. O suspeito é o ex-companheiro dela, também investigado pelo homicídio à luz do dia.
Sandra contou que abrigou a filha em casa após ela ter sido ameaçada com uma arma pelo ex-companheiro. A denúncia levada à polícia é de que o homem, por não aceitar o fim da relação, tirou Alessandra de sua casa e a levou de carro até um local afastado na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis.
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A situação, que teria ocorrido no dia 15 de novembro, é investigada pela Polícia Civil. A família espera que o caso seja investigado como feminicídio.
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