Todos os dias, médicos recebem pacientes assustados, encaminhados pelo “Dr. Google”. Muitos não aguentam a ansiedade e, ao receberem resultados de exames, correm para os sites de pesquisa. Acabam desesperados porque não interpretam corretamente as informações.

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O problema é acreditar em sites de credibilidade duvidosa, sem buscar a opinião do especialista. Se você se identificou com este perfil, confira o diagnóstico do médico Carlos Roberto Campos, que atua em Joinville, sobre este paciente: o interpretador ansioso de exames.

Ao analisar o diagnóstico de uma miocardiopatia, por exemplo, o médico lembra que miocárdio faz referência ao músculo que forma o coração, enquanto patia significa patologia, doença. Se o paciente tem miocardiopatia, deve voltar ao seu cardiologista. Do contrário, vai descobrir na internet que essa doença pode causar até morte súbita. No entanto, não há motivo para “alarde”, de acordo com Campos, porque existem vários graus da doença, e “a leve pode ser revertida com remédio”.

– A tendência é valorizar o pior – salienta o médico sobre as consultas à internet.

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– Se a dúvida existe, melhor procurar quem conhece do negócio – completa.

Campos acredita que é melhor pecar pelo excesso. Ao sentir dores no peito, a ordem é procurar o pronto-socorro mais próximo. Mesmo que existam casos clássicos de pessoas que visitam as emergências e acabam descobrindo que, na verdade, estavam com flatulência. Tomar antigases acaba com os sintomas para quem está realmente com gases, mas pode camuflar a dor em vaievém do infarto.

– Automedicação mascara os sintomas – alerta o médico.

Para o cardiologista, um exemplo de paciente desafiante é aquele que lê os mesmos artigos científicos que os médicos e está mais atualizado do que muitos especialistas. Segundo ele, ter informações “com a internet está mais fácil”, mas “não é a informação que resolve o problema”, ainda é necessário procurar um médico.

– O paciente pode até procurar na internet, mas com cuidado para não fazer confusão e se automedicar – recomendou.

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Mais importante do que procurar orientações sobre doenças na internet é “fazer prevenção” e se perguntar o que fazer para não ter as doenças.