Uma das inspirações possíveis para transformar o centro de Joinville em um espaço mais humano, sustentável e funcional está mais perto do que se imagina. A cerca de 180 quilômetros do município, o exemplo vem do bairro Pedra Branca, em Palhoça (SC), que consolidou nos últimos 20 anos um ambiente voltado para as pessoas, a qual o cidadão tem acesso a moradia, trabalho, lazer e educação a uma caminhada de distância.

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Joinville já conta com parte disso estabelecido na região central, com comércio de rua consolidado e instituições de ensino. No entanto, o que falta é atrair moradores e estimular uma maior convergência entre cada um dos atores envolvidos, o poder público, a iniciativa privada e a própria sociedade civil, para que esse movimento se concretize à exemplo da Cidade Pedra Branca.

No bairro de Palhoça esse movimento acontece dentro das práticas mais modernas de urbanismo no mundo e no conceito de cidade-criativa, constituindo-se como um bairro economicamente ativo, misto e aberto. Um projeto pioneiro no Brasil e que deu certo ao apostar na ideia de que empreendimentos imobiliários podem fazer a diferença para melhorar as cidades.

Com investimento em infraestrutura e na vivência em comunidade, o modelo transformou uma das regiões que antes detinha um dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do Estado em referência de qualidade de vida. Hoje o empreendimento abriga 12 mil moradores, além de oito mil estudantes e outros oito mil trabalhadores, tornando-se uma iniciativa inspiradora para outros municípios do País.

— Quando começamos pensamos na educação como um propulsor. Assim, iniciamos essa transformação colocando uma universidade (Unisul) bem no coração do bairro. Esse foi o nosso diferencial. A partir daí, o desenvolvimento foi acontecendo naturalmente, em função muito da universidade e com o desenvolvimento de mais empreendimentos comerciais e residenciais — destaca Marcelo Gomes, diretor-executivo da Pedra Branca.

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Uma cidade para as pessoas

De 2010 para cá, uma nova inovação veio com a defesa da centralidade, indo de encontro com o que ocorre em alguns países da Europa e América do Norte, de revalorizar os centros das cidades – prática que também é considerada como um modelo para Joinville. “A cidade acabou se espalhando em função do automóvel e nosso projeto visava revalorizar o centro, ou seja, a botar energia onde tudo começou, principalmente através desse conceito de proximidade (de serviços e pessoas)”, sugere Gomes.

A tática passa por encorajar o uso comum dos espaços, instalando calçadas agradáveis e que contemplam diferentes necessidades, bem como o conforto térmico por meio das árvores e um comércio atrativo como os dos shoppings. Além disso, foi pensado em uma comunidade sem muros, convidativas para que as pessoas queiram estar ali e desfrutem do ambiente ao máximo. O mote é quanto mais gente na rua, mais segura ela será.

— Um dos objetivos foi conseguir com que as construções ficassem de frente para as ruas, sem muros, abraçassem a cidade; e junto com com esse conceito de urbanismo, de qualidade urbana forçar as pessoas a serem mais transparentes — completa Marcelo Gomes.

Para Joinville, uma sinalização nesse sentido se dá com o projeto ‘Caminhos de Joinville’, que visa apontar caminhos para melhorar a ocupação do centro já a curto e médio prazos, aliando melhorias na infraestrutura local e a atração de empreendimentos voltados à economia criativa, bem como fazendo a população pertencente dessa transformação.

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