A regra é simples: os pedestres têm prioridade sobre ciclistas e os ciclistas sobre os demais veículos. Esta lei consta no Código de Trânsito Brasileiro e impacta diretamente na vida de todos que compartilham as vias públicas. Para tornar Blumenau uma cidade mais amigável ao pedal, o respeito é o princípio básico para a boa convivência.

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João Francisco Noll, professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Furb, trocou o carro pela bicicleta há um ano e diariamente percorre 12 quilômetros. Segundo ele, as pessoas precisam observar essa hierarquia para tornar o trânsito mais humano:

– Cada um deve fazer a sua parte e desarmar-se quando se está no trânsito. Devemos nos conscientizar que o espaço não é exclusivo apenas para um modal. Principalmente os veículos, que consideram a rua um espaço exclusivo deles.

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Neste cenário onde todos dependem da gentileza dos outros, a atenção deve ser redobrada para todos os usuários nas ruas. O ciclista e mecânico de bicicletas, Rodrigo Milke, 23 anos, que o diga. Ela guarda na lembrança e no capacete as marcas da distração ao pedalar no Centro de Blumenau. Há um ano ele passava de bicicleta pela Rua São Paulo quando, distraído, chocou-se com um ônibus que parou a sua frente. Se não estivesse de capacete teria sofrido consequências mais severas:

– Nunca vou esquecer. Se não estivesse de capacete o acidente seria feio. Hoje, redobrei a atenção, ainda mais onde não há faixas exclusivas para ciclistas – conta Milke.

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Para Rodrigo, pedalar exige uma atenção particular em Blumenau, principalmente nos cruzamentos, na entrada e saída de veículos e nas calçadas compartilhadas.

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Mais sensível ao que ocorre ao seu redor, basta estar nas ruas para sentir a vulnerabilidade de ser ciclista onde há predomínio do fluxo de veículos. Planejar a rota antes de sair de casa é uma das maneiras para deixar o trajeto mais seguro. Lúcio Beckhauser, diretor de Trânsito do Seterb e ciclista, lembra também que usar roupas claras e estar com todos os itens obrigatórios traz ainda mais segurança aos ciclistas.

– Quando pensamos no nosso destino temos a tendência de pensar no trajeto mais curto. Mas nem sempre ele é o melhor e o mais seguro. É ideal programar a rota e optar por ruas com menor fluxo de veículos e com ciclovias, ciclofaixas ou calçadas compartilhadas – completa Beckhauser.

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A Associação Blumenauense Pró-Ciclovias (ABC Ciclovias), fundada em 1997, fomenta o uso da bicicleta e defende a expansão da malha cicloviária com qualidade em Blumenau. Para a diretora-social da ABC, Ana Paula Beszczynski, o desconhecimento dos usuários acaba gerando conflito na hora de compartilhar o espaço urbano:

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– A sinalização está nas ruas, mas falta conscientização. Muitos pedestres não sabem que a calçada é compartilhada e ocupam o espaço das bikes. Em relação aos carros, o excesso de velocidade acaba gerando insegurança aos ciclistas. É uma questão de respeitar as leis e ter bom senso.