
A Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) divulgou, recentemente, um levantamento inédito com a demanda por profissionais de TI. O estudo mostra que as empresas de base tecnológica de Santa Catarina devem abrir 16,6 mil novas vagas até 2023, e mais da metade delas para desenvolvedores. Essa busca por profissionais qualificados no setor não é novidade nem exclusividade do nosso estado e deve se intensificar nos próximos anos.
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A pandemia de Covid-19 e o distanciamento social impuseram a transformação digital às empresas e consolidaram o trabalho remoto, o que levou a uma disputa global por mão de obra. Diante desse cenário, é fundamental um trabalho conjunto de entidades, governo, academia, empresas e sociedade em geral para formar talentos na área de tecnologia. Além de suprir a demanda, essa qualificação influencia no desenvolvimento econômico e social de municípios, estados e até do país.
Nós enxergamos que uma jornada de formação de talentos é o caminho para mudar esse cenário de falta de profissionais, pois engloba todas as fases de aprendizado, desde projetos para crianças despertarem para a tecnologia até cursos de qualificação e aprimoramento. Neste processo, é importante dar aos jovens acesso a informações e cursos para começar a formação na área.
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Santa Catarina, por exemplo, é o segundo estado do Brasil com maior percentual de alunos do ensino superior em cursos voltados às competências de tecnologia, porém apenas 11% se formam nessas graduações. Para contornar essa alta taxa de evasão, é necessário um alinhamento das matrizes curriculares dos ensinos fundamental e médio, com melhoria no aprendizado das Ciências Exatas, especialmente Matemática. Assim, os jovens chegam mais preparados para os cursos superiores, o que pode diminuir a taxa de desistência.
Outro ponto essencial é garantir cursos profissionalizantes, com apoio das empresas que precisam contratar. Uma iniciativa nestes moldes foi lançada pela Acate e pelo Senai no ano passado: o DEVinHouse, um programa online para formação de desenvolvedores em nove meses e com bolsas de estudo integrais. Empresas são patrocinadoras do projeto e depois contratam parte dos formados.
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Na primeira turma, a parceira foi a Softplan e, mesmo antes da conclusão do curso, já contratou 12 alunos. A expectativa do DEVinHouse é iniciar a formação de 225 desenvolvedores neste ano.
Também temos outras iniciativas bem importantes de formação de profissionais de TI no estado, como o Programa Jovem Programador coordenado pelo Sindicato Patronal das Empresas de TI de SC (Seprosc), com o Senac/SC como executor, em parceria com a Acate e empresas. Estão previstas 635 vagas ainda em 2021 com turmas em 11 cidades do Estado. Outra iniciativa é o Entra21-Blusoft, desenvolvido pelo polo de tecnologia de Blumenau, que forma, em média, 300 profissionais por ano.
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Vale reforçar que, além das empresas de tecnologia, a sociedade como um todo perde com essa falta de profissionais. Afinal, um emprego na área pode representar um ganho significativo e capaz de gerar renda para as famílias, já que as remunerações são, em média, três vezes a da indústria.
Assim, apoiar e desenvolver programas de formação e incentivo a talentos na tecnologia é responsabilidade de todos e pode ser o caminho para garantir a recuperação econômica e geração de empregos em um cenário pós-pandemia.
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