O Ministério da Saúde apresentou na manhã desta quarta-feira (16) em Brasília um ‘Plano de operacionalização da Vacina contra a Covid-19’, em evento com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O governador Carlos Moisés da Silva (PSL) acompanhou a cerimônia no Palácio do Planalto. O governo federal não detalhou datas para o início da imunização.

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Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal já havia apresentado uma versão do material na semana passada. O documento prevê a vacinação primeiro de grupos considerados prioritários. Conforme o governo, 51 milhões de pessoas serão vacinadas nessa etapa, exgigindo 108, 3 milhões de doses. Cada pessoa toma duas doses.

— Temos uma Agência Nacional de Vigilância Sanitária que sempre foi referência para todos nós, que continua tendo uma participação fundamental na decisão de qual vacina deve ser apresentada de forma gratuita e voluntária para todos os brasileiros (…) Peço a Deus que estejamos certos, a solução está por vir, e aguardamos, sim, o desfecho de outras ações — disse o presidente Bolsonaro durante o evento, sem citar estimativa de prazo para o início da imunização.

Nesta terça (15), o ministro Eduardo Pazuello informou que distribuirá a vacina contra a Covid-19 aos estados em até cinco dias após o produto ser autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A pasta também informou prever que a vacinação de toda a população possa demorar 16 meses.

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— Todas as vacinas produzidas no Brasil, ou pelo Butantan, pela Fiocruz ou qualquer indústria, terão prioridade do SUS e isso está pacificado — afirmou o ministro Pazuello no evento desta quarta.

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— Vamos levantar a cabeça. Acreditem. O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra quê essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina e estamos trabalhando — disse ainda o ministro.

A vacinação ainda não tem uma data para começar. Segundo o governo, é preciso esperar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o registro de vacinas. 

Inicialmente, o plano levava em conta apenas a vacina desenvolvida em parceria da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca. O país tem acordo para receber 100 milhões de doses dessa vacina até julho. Porém, o governo federal informou que pretende comprar todas as vacinas avalizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A CoronaVac, do Instituto Butantan, foi incluída numa lista chamada de “adesão do Brasil às vacinas”.

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O governo anunciou também que vai começar nesta quarta uma campanha de comunicação, em uma primeira etapa voltada a “transmitir segurança à população” em relação à eficácia das vacinas, e, num segundo momento, para chamar as pessoas para receber as doses.

Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés tem mantido a posição de seguir o plano nacional de vacinação. Ao mesmo tempo, o governo catarinense já admitiu que trabalha com um ‘plano B’, caso o governo federal não consiga distribuir as doses necessárias para a imunização dos grupos prioritários. A Secretaria de Estado de Saúde se reuniu com representantes da Sinovac, fabricante chinesa da CoronaVac, e avalia a possibilidade de comprar doses da vacina diretamente da fabricante.

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Nesta terça, a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Raquel Ribeiro Bittencourt, adiantou ao Diário Catarinense que o governo estadual estima poder vacinar 2,8 milhões de pessoas em 2021, que integram os grupos prioritários. A estimativa equivale a 38,6% da população catarinense, hoje em 7,2 milhões de habitantes.

Grupos prioritários

O governo prevê que a execução para imunização de cada grupo prioritário levará cerca de um mês, já considerando a aplicação de duas doses por indivíduo. O plano prevê a distribuição dos grupos em quatro fases.

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Primeira fase: trabalhadores de saúde, pessoas com idade acima de 75 anos, pessoas de 60 anos ou mais que estejam institucionalizadas (em abrigos ou asilos, por exemplo) e indígenas (29.909.040 doses)

Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos que não estejam em instituições de longa permanência (44.830.716 doses)

Terceira fase: pessoas com comorbidades (26.590.034 doses)

Quarta fase: professores (nível básico ao superior), forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional (7.012.572 doses)