A crise me afetou muito porque meu pai perdeu o emprego. A empresa na qual ele trabalhava, de táxi executivo, faliu, e ele passou a trabalhar só com Uber. Como ele não tem ensino, é um pouco mais difícil conseguir emprego. Minha mãe ainda tem trabalho, ela estudou, é mais fácil para ela. Mesmo assim, tivemos que cortar várias coisas. Eu fazia natação e parei. Tem coisas de consumo, como roupas e calçados, que paramos de comprar e eu uso o que recebemos de doação dos meus primos. Também cortamos algumas extravagâncias, como ir ao cinema.

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>> Mariana Bussula Martins, estudante do segundo ano do segundo grau no Instituto Estadual de Educação, 17 anos

A crise afetou a construção civil e atuamos com tecnologia aplicada a esse setor. Vínhamos de um projeto de investimento em inovação muito grande, então lançamos produtos novos e mesmo na crise conseguimos crescer. Entre 2014 a 2016 contratamos 50 pessoas.

>> Rui Luiz Gonçalves, diretor-presidente da Alto Qi Tecnologia, 52 anos

Eu acho que a recessão afetou todas as famílias, porque os preços aumentaram. Não acho que com a eleição vai resolver alguma coisa, nem que as reformas sejam positivas. Acho que são um retrocesso, a gente tem que pensar bem quando se vai mexer nos direitos dos trabalhadores. Mesmo assim, eu tenho esperança que o Brasil vai melhorar.

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>> Kenji Takacshima, estudante de Direito na UFSC, 18 anos

Eu vejo que a crise afetou principalmente o pessoal da classe média para baixo, porque percebemos a falta de dinheiro o na mão dos trabalhadores. Até 2014 ou 2015 as pessoas tinham um poder de compra maior, e agora há dificuldade até com alimentos. Para mim pessoalmente também afetou. Hoje a gente deixa de ter um lazer no final de semana com a família porque já fica preocupado com a segunda-feira, com o que vai precisar pagar ao longo da semana.

>> Célio Elias, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Criciúma, 55 anos