Os bens de Nego Di, apreendidos durante a investigação, podem ser usados para ressarcir as vítimas dos golpes. É o que diz um advogado criminalista ouvido pelo g1. O influencer foi preso no último domingo (14) em Santa Catarina e é suspeito de estelionato. A Polícia Civil estima que o prejuízo aos clientes é de R$ 5 milhões.
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Em 2022, conforme apontam as investigações, ele abriu uma loja virtual com um sócio e vendeu produtos, mas nunca os entregou. Ele é suspeito de lesar, pelo menos, 370 pessoas. O parceiro de negócios está foragido. Para Mateus Marques, o patrimônio do humorista pode ser usado pela Justiça para reparar os danos.
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— Bens podem ser sequestrados e penhorados para garantir indenização e reparar o dano. Mas isso depende da Justiça. A prisão vai servir como uma bola ao centro: a gente sabe que ele não vai ficar muito tempo preso. Se ele for inteligente, pode colaborar. Caso contrário, é o tempo da Justiça — explicou o advogado Mateus Marques ao g1.
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A prisão do ex-BBB aconteceu no bairro Jurerê Internacional, área nobre da capital catarinense. Na sexta (12), Nego Di já havia sido alvo de outra operação, desta vez do Ministério Público do Rio Grande do Sul, por suspeita de lavagem de dinheiro. Na ocasião, bens foram apreendidos, como carros de luxo, e houve bloqueio de contas bancárias.
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Ganho de causa
A loja virtual “Tadizuera” operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022, data em que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Nego Di, um dos sócios da loja, fazia divulgação em seus perfis de produtos à venda, como ar-condicionado e televisões, com valores abaixo do mercado.
Alguns de seus seguidores compraram os itens, mas nunca os receberam, cita a Polícia Civil. Este é o caso de Brenda Monteiro, de 30 anos, vítima do suposto golpe. A moradora do Rio Grande do Sul contou ao g1 que moveu um processo contra o humorista ainda em 2022.
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Ela comprou uma televisão no valor de R$ 2,5 mil, mas nunca recebeu o aparelho. Chegou a tentar dialogar com a empresa, mas, sem sucesso, procurou a polícia. Foi quando descobriu que outras 300 pessoas também haviam denunciado o influencer. Apesar de ter tido ganho de causa, nunca recebeu o dinheiro de volta.
— Agora, com a prisão, tem alguma esperança — destacou.
O que diz a defesa
A defesa de Nego Di enviou nota ao g1. Confira o texto na íntegra:
“Em relação aos recentes acontecimentos envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como NegoDi, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis.
Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento.
Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de NegoDi.
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Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra e dignidade.
Hernani Fortini,. Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula“.
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