Reformar é uma prova de fogo para a vida a dois. Eis o efeito-obra: uma overdose concentrada das atribulações cotidianas de um casal em relação a dinheiro, divisão de tarefas e diferenças de gosto, turbinadas pelo estresse.
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Para uns, uma obra funciona como a gota d’água que expõe a crise existente sob a fina camada de reboco e termina até em separação. Para outros, trata-se de uma temporada turbulenta que, um dia, passa. E você, em que turma se encaixa? Confira algumas dicas para não cair no desmoronamento que uma reforma pode provocar a um casal.
::: Planejar a obra com antecedência e garante um estresse a menos: assim fica mais fácil se assegurar de que os profissionais escolhidos estarão disponíveis no início da reforma e que o prazo poderá ser cumprido. Quanto mais se aproxima o final do ano, maior a procura – e consequentemente a disputa – pelos empreiteiros.
::: Os gastos com a obra costumam ser o motivo mais comum de estresse. E isso não se resume à falta de dinheiro para realizar o que se planejou: não raro acaba em briga quando um deseja gastar mais do que o outro na reforma. O valor a ser investido e as prioridades nos gastos (a TV de tela gigante ou um lustre de antiquário?) são decisões a serem tomadas em conjunto. E não se esqueça: uma obra pode sempre sair mais cara do que o previsto, e uma quantia de reserva é importante.
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::: Obras são feitas de incontáveis escolhas: modelo, cor e tecido do sofá, texturas, acabamentos, estilo das torneiras, a cor do granito… As opiniões do arquiteto são fundamentais para o casal tomar decisões sobre o projeto, mas o ideal é que marido e mulher conversem primeiro sobre seus gostos e expectativas _ isto ajuda a evitar discussões em público.
::: Se antes as mulheres habitualmente tomavam a frente do casal na decoração de interiores, agora os homens se mostram cada vez mais participativos nas decisões. Logo, há mais instâncias de negociação. Em busca de consenso, alguns arquitetos adotam a estratégia de equalizar os gostos de cada um: quem usará mais este espaço?, perguntam. O homem? Então que prevaleça o gosto dele aqui e o da mulher naqueles outros espaços.
::: Nem sempre é possível, mas o ideal é que a família não fique morando no mesmo local da reforma enquanto durar a obra: é um bom momento para hospedar-se em um hotel ou sair de férias. Assim, é possível poupar-se da sujeira, da bagunça, do barulho e da presença constante de trabalhadores dentro de casa. Se não for possível, o jeito é respirar fundo e tentar ao menos manter o final de semana como folga da reforma.
::: Lembre-se: imprevistos fazem parte de qualquer obra. Então, se o pedreiro sumir no meio da jornada, se o sofá dos sonhos não couber no orçamento ou se, quando tudo parecia quase pronto, descobrir-se uma rachadura no encanamento, mentalize que, um dia, se chegará ao resultado final. Aí, se estará vivendo no lar idealizou, e tudo o que passou vai virar história para contar.
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Fontes: arquitetos Bárbara Engel, Enio Vivian e Rogério Pandolfo.