
Você já viu alguma roda de discussão onde as pessoas ficam surpresas com a interpretação supereficiente de um robô. Embora sejam máquinas, sim, eles são capazes de analisar e interpretar sentimentos humanos. Como? É isso que vamos descobrir hoje.
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Um estudo realizado pesquisadores alemães, identificou que pessoas possuem sentimentos por robôs muito semelhantes aos que nutrem por serem humanos. Este resultado chegou a tona quando foi observado que humanos apresentam atividade cerebral semelhante quando assistiam a cenas de afeto ou violência envolvendo tanto robôs no papel de pessoas.
O experimento foi conduzido em duas partes. Na primeira, 40 voluntários assistiram um vídeo onde um robô em formato de dinossauro estava sendo tratado ou com afeto ou com violência. Enquanto assistiam, as pessoas tinham seus sinais vitais analisados e depois respondiam algumas perguntas relacionadas ao sentimento que o vídeo as provocava. Em sua maioria, os participantes afirmaram que se sentiram mal quando viram o robô sendo maltratado.
Já na segunda fase, apenas 14 participantes assistiram vídeos de um robô, um humano e um objeto inanimado sendo tratados de forma afetuosa e de maneira violenta. Assim como na primeira parte, seus sinais vitais foram de modo que identificou-se que as imagens de afeto, tanto em humanos quanto em robôs, resultaram em atividades neurais no sistema límbico semelhantes, o que indica que os três vídeos provocaram emoções parecidas.
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Do mesmo modo que os humanos são capazes de sentir empatia por situações impostas a máquinas, a tecnologia tem avançado para criar robôs capazes de interpretar os sentimentos humanos.
Em 2018 na Consumer Electronics Show (CES), a maior feira sobre eletrônica no mundo que acontece em Las Vegas, foi apresentado aos congressistas o robô Forpheus. A empresa japonesa Omron Automation, desenvolvedora deste robô, mostrou através de um experimento que envolvia uma partida de tênis de mesa, que ele é capaz de captar a linguagem corporal de seu oponente e, a partir daí, avalia suas capacidades para oferecer conselhos e encorajá-lo. "Ele tentará entender o seu humor e sua habilidade de jogar e prever um pouco sua próxima jogada", disse Keith Kersten, da Omron Automation.
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Por mais que a empatia e a inteligência emocional não sejam necessariamente atribuídas apenas a formas humanoides, alguns desenvolvedores de robôs têm trabalhado tanto na forma como na função. "Estamos trabalhando muito para ter um robô emocional", disse Jean-Michel Mourier, da francesa Blue Frog Robotics, também presente na CES 2018.
Falo aqui sobre todas estas aplicações práticas, para exemplificar o fato de que a análise de sentimentos está ligada diretamente ao processamento de linguagem natural e textual, linguística computacional e biometria para identificar, extrair, quantificar e estudar estados afetivos do objeto a ser analisado.
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No dia a dia, empresas de tecnologia têm a tornado presente aplicada à voz, como análises e respostas a pesquisas de áudio, mídias sociais, materiais de assistência médica (desenvolvida pela IBM e que falamos em outro artigo) e muito mais.
É claro que tudo isso ainda está e uma fase muito primária e que está sendo utilizada até o momento de uma maneira simples perto de todo o seu potencial. No futuro, certamente essa tecnologia estará ainda mais presente em nosso cotidiano e, espero que, ajudando mais e mais pessoas.
Fonte: Último Segundo;
*Henrique Bilbao é diretor comercial da Ezok.