O desenvolvimento de uma habilidade que pode fazer a diferença na vida de uma pessoa, pode ser estimulada já na infância. Nesta fase, é possível identificar capacidades valorizadas na vida profissional, tais como, se relacionar, liderar um grupo, ser pró-ativo ou até uma habilidade específica manual. Segundo a especialista em coaching Susana Azevedo, essas descobertas podem ser feitas em primeira-mão pelos pais.

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– Os pais são os primeiros “coaches” (treinadores) de uma pessoa. Assim como o profissional especializado, os pais ouvem, observam, questionam e buscam soluções em conjunto para atingir a meta do desenvolvimento completo do seu filho. Esse também é o papel do coach – afirma.

Essa observação é feita no cotidiano por meio dos movimentos, atitudes e áreas onde a criança começa a se destacar. O ginasta americano Bart Conner conta que, quando era menino, o seu pai se irritava com os malabarismos que fazia toda vez que eles recebiam visitas em casa.

Em uma ocasião, observando a desenvoltura do garoto, a mãe de Conner resolveu matriculá-lo em uma escola de ginástica olimpica. O menino se encontrou. As aulas de ginástica eram esperadas com ansiedade e ele passou a ser bem mais alegre. Hoje, o menino travesso se tornou no ginasta mais condecorado dos Estados Unidos, é casado com a também ginasta romena campeã olímpica Nadia Comaneci e ganha milhões como comentarista de TV.

Susana Azevedo acredita que se os pais estiverem conscientes desta função, vão criar pessoas mais seguras e com objetivos de vida mais concretos.

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– Por meio do aprimoramento das competências já existentes, focando em ações para atingir metas e desejos pré-determinados, a criança cresce sabendo o seu propósito, sendo capaz de aproveitá-lo de forma mais completa em sua vida, se tornando uma pessoa mais feliz e mais produtiva – considera.

A teoria é defendida também pelo professor e escritor inglês Sir Ken Robinson, Phd em desenvolvimento da educação, criatividade e inovação. O professor defende que os pais ajudam as crianças a brilharem. Para ele, se a capacidade encontrada na infância não for incentivada, o sistema educacional e de trabalho se encarregam de anular e transformar a pessoa em um indivíduo ordinário.

Com a observação diária das crianças pelos pais, é possível descobrir como elas brincam, se relacionam, aprendem, se comunicam, e ainda identificar quais são os temas pelos quais se interessam.

– A partir daí, os pais devem proporcionar experiências para avaliar esses diversos caminhos ainda na infância, ou seja, identificar o que realmente vale a pena estimular. Esta dinâmica ajudará a criança na chegada da vida adulta com consciência da sua paixão e trabalhar o seu potencial por completo – finaliza Susana Azevedo.

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