Trancado no banheiro, com duas facas e a mulher na mira. Após mais de oito horas de negociação, esta foi a imagem que policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) viram ao entrar na casa em que um homem manteve a mulher refém, no Pântano do Sul, em Florianópolis.
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As mãos para cima e a rendição do pedreiro Sérgio Murilo Vicente, 42 anos, na madrugada de sábado, trouxeram alívio e o fim de um cárcere que ameaçava terminar de forma trágica. Um resultado de treinamento e técnica de padrão internacional (doutrina norte-americana) do Bope catarinense, especializado em situações de crise e alto risco.
– Quando ele parou de conversar com os policiais durante a negociação foi muito crítico. Aí ficou uma incógnita. Então houve a decisão de fazer a invasão e o encontramos trancado com ela no banheiro – lembra o comandante do Bope, tenente-coronel Marcelo Cardoso.
O Bope atua no comando do gerenciamento da crise diante de ocorrências com refém. A primeira medida é o isolamento, que no Sul da Ilha teve a importante ação conjunta dos PMs do 4º Batalhão. Então, os militares viram em cena um homem alterado, sob efeito de cocaína e que os insultava.
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Entrou em jogo o negociador, um capitão do Bope que conversava diretamente com Sérgio, que estava na janela. O homem passou a alternar momentos de tranquilidade e agressividade contra os próprios PMs.
Diante desse quadro, o Bope costuma trabalhar com quatro alternativas: negociação, uso de arma não letal, atirador (sniper) e a invasão tática. No caso, foram usadas a negociação e a invasão, que terminaram com a prisão de Sérgio e a liberação da vítima sem nenhum ferimento.
O Bope é sediado em São José, conta com 97 policiais e desde 1995 atua com missões diferenciadas, como a intervenção e resgate de reféns.
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– Graças ao treinamento dos policiais e o uso correto da técnica obtivemos esse resultado – atribuiu o comandante.
19 dias de prisão
O DC apurou que o pedreiro Sérgio Murilo Vicente havia sido condenado pela Justiça, em agosto de 2012, a pena de 19 dias de prisão simples, em regime semiaberto.
O motivo foi o fato de portar arma sem licença na rua e causar a perturbação da tranquilidade, no Pântano do Sul. Neste domingo, o DC não teve acesso a Sérgio, que está preso, nem ao seu advogado.
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