Em meio a muitas filas e sacolas, um verdadeiro embate é travado quando chega a hora de escolher o presente de Natal. O momento é de negociação entre quem vai ganhar e quem vai dar o objeto de desejo. Zero Hora percorreu ontem os principais shoppings da Capital para ver como se dá esse processo.
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Com os olhos fixos em cada prateleira lotada de brinquedos, o pequeno Bruno Vanz Collares, quatro anos, ficava eufórico ao se defrontar com tantas opções de presentes. Mesmo já tendo enviado sua carta para o Papai Noel, o guri ainda se distraia com novidades. Depois de visitar uma loja no sábado, ele mudou de ideia.
– Eu tinha pedido uma piscina e uns bonecos, mas daí quis trocar e mandei um e-mail para o Papai Noel porque a carta não chegaria a tempo – conta Bruno, que resolveu pedir um jogo com peças de montar.
A mudança foi incentivada pelos pais, o casal de dentistas Fabrício Collares, 28, e Viviane Vanz, 27, que conversaram com ele e persuadiram o filho a fazer uma nova escolha.
– Ele pensa em várias opções, e aí conversamos para tentar ajudá-lo antes de fazer os pedidos para o Papai Noel. Observamos quais presentes seriam mais adequados e o estimulamos a pedir brinquedos mais educativos e interativos- destaca a mãe.
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A atitude do casal reflete uma oportunidade, conforme explica a psiquiatra Lizete Pezzi, da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul:
– É um momento muito bom para educar, aprender a receber e também a não receber o presente desejado.
A psiquiatra acrescenta que, ao negociar a aquisição de um objeto de desejo, vários aspectos estão envolvidos. Um é ter dinheiro ou não. Lizete lembra que crianças não têm noção de preços. É a oportunidade de dar noções de realidade. Se a compra é possível, também é importante pon- tuar o porquê, ressaltando que o Natal é época de presente maior.
– É importante para o ser humano ter desejo, mesmo que não seja alcançado – afirma a psiquiatra.
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A estimativa é de que 140 mil pessoas circularam no BarraShoppingSul no último final de semana antes do Natal. No Praia de Belas, o número chegou a 110 mil pessoas e no Iguatemi, a cerca de 100 mil.
Percorrer a loja…
O pequeno Bruno saiu da loja de brinquedos, no Praia de Belas, apenas com uma espécie de presente de consolo, porque o do Natal só recebe do Papai Noel. Antes de ganhar o carrinho que queria como uma espécie de prévia para a noite de Natal, ele olhou todas as prateleiras na companhia da mãe e do pai. A cada corredor, um brinquedo diferente surpreendia o garoto.
… ajuda a escolher
Como olhar somente com os olhos não satisfaz, Bruno pegava os brinquedos que achava legal. A indecisão também faz parte do processo de escolha. Ao encontrar o brinquedo que queria, ele arregalava os olhos e abria a boca, eufórico com tantas novidades. Tudo era mostrado para a mãe, Viviane, que não saía do lado do menino enquanto ele fazia descobertas.
Sem surpresa, mas com harmonia
Depois de circular pelo BarraShoppingSul e conhecer de perto a decoração natalina, os namorados Ricardo Pritsch, 22 anos, e Ione Maculan, 30 anos, resolveram começar a entrar nas lojas que chamavam atenção em busca dos presentes. O casal de Santa Cruz do Sul não resistiu ao ver CDs e DVDs dos artistas preferidos e logo correu para comprar cada um o seu.
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– Vamos colocar na árvore por 10 minutos e hoje (ontem) mesmo vamos abrir – confessa Ione.
(*) Colaborou Gisele Loeblein