O famoso troféu com um gramofone dourado decora a estante do músico catarinense Kaléu Runze. Aos 36 anos, o produtor musical nascido em Joinville soma inúmeros feitos. Um deles é ter conquistado uma categoria do Grammy Latino, junto com a artista Aline Barros. Outro é o fato de que suas músicas já foram reproduzidas mais de 2,5 bilhões de vezes.

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Foi em terras joinvilenses que o produtor musical começou seus estudos. Kaléu já cursou design, teologia, engenharia de som e música. 

— Minha família tinha algumas veias artísticas. Minha mãe pintava e escrevia, meu pai cantava. E aí, eu comecei a tocar violão com 12 anos e dois anos depois eu já estava tocando. Aprendi sozinho, peguei um violão emprestado com um amigo meu e fui namorando a música até que, quando fiz 14, os meus pais olharam e falaram assim “não, realmente a gente tem que reconhecer que você tem um talento, vamos te colocar [na aula], vamos te comprar uma guitarra”. Era o que eu queria, estudar — relembra.

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Desde então, Kaléu não parou de estudar e se aperfeiçoar. Fez outras dezenas de formações e minicursos. Com o passar dos anos e a dedicação, seu nome se destacou no cenário musical, principalmente no gênero gospel. Em sua carreira, trabalhou com diversos artistas, entre eles:

  • Deive Leonardo
  • Gabriela Rocha
  • Livres Para Adorar
  • André Aquino
  • Som Do Reino
  • Alessandro Vilas Boas
  • Gabriel Guedes
  • Incendiários
  • Jeremiah Bowser
  • Indelevel
  • Julia Vitoria
  • Colo de Deus
  • Central 3
  • Nic Bilman
  • Morada
  • Salvaon
  • Denise Seixas
  • Eliezer de Tarsis
  • João Figueiredo
  • Débora Reis
  • Comunidade da Graça
  • Drops INA

E foi com uma dessas parcerias que Kaléu foi agraciado com o gramofone dourado. No ano de 2020, ganhou o Grammy Latino como engenheiro de som do álbum “Reino” da artista Aline Barros na categoria “melhor álbum cristão”. Eles também foram indicados outras duas vezes entre 2020 e 2021.

— É muita loucura. Ser indicado já é uma doideira, porque já é uma seleção, assim, às vezes de centenas de trabalhos. […] Então, só o fato de ser indicado quer dizer que os membros votantes da academia, eles estão prestando atenção em você, no seu trabalho, e a gente já estava muito feliz. Quando a gente ganhou, em 2020, que foi um ano muito difícil para o audiovisual, de forma geral, quando saiu a premiação que a gente ganhou, foi surreal, foi muito emocionante — lembra Kaléu.

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O produtor comenta que não esperava ser indicado ou sair vencedor diante de outros tantos talentos presentes no mercado musical. Otimista, conta que até sonhava em um dia vencer, mas achou que o dia iria demorar para chegar.

— É uma coisa que eu até almejava, sonhava, mas eu pensava que seria uma coisa, de quando eu tivesse 50, 60 anos, que um dia eu alcançaria, quem sabe. Tem muita gente boa que nunca nem foi indicado direito ou só foi indicado. Só a indicação já é praticamente um prêmio. Então é surreal — fala sobre a premiação.

Contato com Aline Barros, com quem ganhou o Grammy

O contato com a cantora Aline Barros, com quem ganhou o Grammy, veio por meio de outra pessoa, da qual Kaléu fala com admiração.

Foi trabalhando em Joinville, produzindo trabalhos locais ou da região, sempre antenado nas redes sociais, que o músico catarinense começou a fazer amizade com produtores de outras partes do Brasil.

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— Na época [2016], eu fiz amizade com um cara que foi importante na minha carreira, chamado André Aquino. É um cantor cristão, escreveu músicas com milhões de plays, com a Gabriela Rocha. […] Eu fiquei amigo desse cara e aí, a partir dali, eu comecei a fazer alguns trabalhos em São Paulo — conta o joinvilense.

Inclusive, foi com André Aquino que Kaléu teve o primeiro trabalho que “estourou” e somou mais de um milhão de streams, com a música “Quando Ele Vem”.

Os laços com outros produtores e trabalhadores da música foram crescendo. A partir disso, surgiu a oportunidade de se juntar à Aline Barros. Além do EP Reino, pelo qual ganhou o Grammy como engenheiro de som, Kaléu trabalhou em mais um álbum com a cantora.

— Eu acho que ela é uma das pessoas mais importantes na música cristã do Brasil, historicamente falando. E não é à toa que ela está tanto tempo em evidência. Ela é uma pessoa muito fácil de trabalhar, muito dedicada, esforçada, de um caráter muito cristão, é muito gostoso estar com ela, com o marido dela […] Muito tranquilo de trabalhar com ela. A equipe inteira ali foi um time muito maravilhoso — fala Kaléu.

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Além de Aline, outros trabalhos marcaram o músico. Nascido em Joinville, Kaléu hoje mora na Itália, mas ele não esquece suas origens e faz questão de citar artistas catarinenses. 

Um deles é Luzzi Saito. O joinvilense conta que se sente feliz em poder ter tido a oportunidade de trabalhar com o artista local e acompanhar toda a evolução musical e artística. Outro nome da cidade é o pastor Deivi Leonardo.

— Já estou há cinco ou seis anos, se eu não me engano, com ele. É um trabalho que eu tenho muito carinho porque, hoje, ele é o canal cristão,  de pregação cristã, mais importante no mundo, beirando aí seus dez milhões de inscritos. E eu sou amigo pessoal dele, ele é um cara assim simples, um cara muito engraçado, amigo — destaca Kaléu.

E foi no meio de pessoas queridas que o músico joinvilense evoluiu em sua carreira. Apoiado pela família e pelos amigos, pôde se dedicar a ponto de alcançar sonhos que, como ele mesmo disse, pareciam distantes. Agora, o produtor segue sua carreira, somando cada vez mais conquistas e, também, amigos no caminho. 

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— Hoje assim, estou com um portfólio de mais de 2,5 bilhões de streams, de plays. Para mim, isso é uma coisa. Também a nível do Grammy, assim, eu nunca imaginei, quando eu comecei a estudar áudio, música, lá atrás, eu nunca pensei que eu chegaria nesse ponto assim — comemora o joinvilense.

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