Joinville anunciou nesta segunda-feira (18) os planos para combater a dengue em 2024. As ações envolvem visitas nas casas, conscientização nas escolas e um método criado na Austrália, por exemplo. Neste ano, com 39 mortes, Joinville tem o maior número de óbitos pela doença em Santa Catarina e, em julho, liderou o ranking nacional.
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O projeto “Joinville contra a dengue” será dividido em etapas. A primeira, prevista para janeiro, será focada em prevenção e tecnologia. Nesta fase, serão seis mil visitas aos pontos que fazem parte do Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (Liraa), 1,3 mil armadilhas por semana, ações de inseticida e aplicações de fumacê.
Já a segunda etapa, a partir de fevereiro do ano que vem, vai destacar visitas nas casas e um “Dia D” de combate à dengue. De acordo com informações da prefeitura de Joinville, os principais focos do mosquito estão nas casas, com mais confirmações nos bairros Aventureiro, Floresta e Vila Nova, e pico de casos em março e abril.
Para Anderson da Silva, coordenador da Vigilância Ambiental, os mosquitos “colonizaram” a cidade, já que estão presentes em todas as regiões.
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— Os bairros com mais casos têm vulnerabilidade social e estamos trabalhando neles para explicar onde os mosquitos se criam e eliminar os criadouros de Aedes Aegypti — explica.
Os planos da prefeitura envolvem inserir o tema nas disciplinas escolares e desenvolver os “detetives da dengue”. A ideia é de que os estudantes compartilhem os aprendizados em casa, com os familiares. O município ainda planeja mapear o sistema de saúde para combater a doença, envolvendo Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais.
O prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), pontua a importância da população se mobilizar pelo combate aos mosquitos e à doença.
— O trabalho de conscientização e ajuda dos joinvilenses é fundamental. Precisamos da ajuda na limpeza dos quintais e tirar água parada, por exemplo, isso ajuda muito na redução da dengue — pontua o prefeito.
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Método da Austrália em Joinville
Entre as ações para combater a dengue está o método Wolbachia, criado na Austrália, usado em 14 países e um desejo antigo de Joinville. O projeto será feito em parceria com o Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e World Mosquito Program (WMP).
A técnica consiste na liberação de mosquitos machos que não picam nem transmitem doenças para o acasalamento. No entanto, devido à uma alteração genética dos mosquitos liberados, as descendentes fêmeas não chegam à vida adulta, reduzindo as chances de transmissão para as futuras gerações.
A implantação do método em Joinville começou na última quinta-feira (14) e pretende fazer um mapeamento do território e instalação de biofábrica, que acontece até maio de 2024.
Governo estadual anuncia verba contra dengue
O governo de Santa Catarina anunciou, na última sexta-feira (15), o repasse de R$ 10 milhões aos municípios para ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. Os primeiros R$ 5 milhões já foram disponibilizados. Não há detalhes, porém, de quanto Joinville vai receber.
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De acordo com a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, o valor será destinado para contratação de funcionários, ações locais, mutirões de limpezas e outras ações necessárias para evitar a proliferação do mosquito da dengue.
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