O agronegócio foi o grande motor da economia brasileira em 2023, principalmente no primeiro semestre, alavancando o Produto Interno Bruto (PIB), que apresentou expansão de 2,9% no ano passado. A economia foi pujante, mas atividade agropecuária foi o grande destaque, com alta de 15,1% no mesmo período, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O setor responde por quase um terço do PIB nacional e vem atraindo investidores no mercado brasileiro. O agro oferece aos investidores uma série de novas oportunidades de diversificação da carteira com produtos cada vez mais demandados no mercado.
Por isso, a EQI Investimentos, a melhor assessoria de investimentos para o mercado agro, elenca uma série de ativos que podem ser escolhidos por investidores que gostariam de alocar parte do portfólio com exposição ao agronegócio, tendo em vista que o Brasil é considerado o “celeiro do mundo”.
Eça Correia, co-head de Agronegócio na EQI Asset, explica que outros países que poderiam competir com o Brasil por esse título possuem um inverno mais rigoroso, o que inviabiliza a realização de mais de uma safra por ano. Por aqui, muitas culturas possuem mais de uma safra, como é o caso do milho. Enquanto a primeira safra é considerada uma cultura de verão, enquanto a terceira é de inverno, e a segunda, ou milho safrinha, ocorre entre esses cultivos.
– Os investidores entendem que o setor agropecuário funciona como um hedge, oferece proteção, pois não possui a mesma correlação com o cenário macroeconômico como outros setores, como é o caso do varejo – compara o especialista.
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Fiagros
Entre as opções de investimentos, estão os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros), fundos que permitem investimentos em ativos ou dívidas de empresas do setor, com isenção do Imposto de Renda (IR).
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que a captação líquida dos Fiagros chegou a R$20,5 milhões em janeiro, contra resgates líquidos de R$10,1 milhões no mesmo mês do ano passado. O patrimônio líquido dos Fiagros atingiu R$34,4 bilhões no primeiro mês deste ano, um acréscimo de 42,1% frente a janeiro de 2023.
De acordo com a entidade, os dados demonstram agilidade na evolução desse tipo de ativo, que tende a continuar a desempenhar um papel importante no financiamento do agronegócio
LCAs
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são um tipo de investimento de renda fixa emitido por instituições financeiras públicas e privadas que visa proporcionar lastro ao crédito agropecuário no país. Os recursos captados são utilizados para empréstimos para produtores rurais, que demandam valores para a compra de insumos ou equipamentos necessários para suas culturas. Entre os benefícios, as LCAs são isentas de imposto de renda e possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
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Os investidores precisam ficar atentos, no entanto, à mudança regulatória do Conselho Monetário Nacional (CMN), que anunciou restrições nos lastros elegíveis para os títulos isentos e ampliou o prazo de carência. Para ter liquidez diária, o investidor vai precisar esperar nove meses.
CRA
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são instrumentos para financiar as atividades do setor, emitidos por empresas securitizadoras. As emissões de CRAs somaram R$5,1 bilhões nos dois primeiros meses de 2024, alta de 67% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Anbima.
De acordo com a B3, esses produtos são lastreados em fluxos de pagamentos futuros de companhias do setor que é o motor do PIB brasileiro e os créditos são “empacotados” como títulos de renda fixa. Entre os benefícios, está a rentabilidade, proporcionando uma boa alternativa para quem prefere investimentos mais arrojados dentro mesmo da renda fixa. Além disso, esse tipo de produto também conta com isenção do Imposto de Renda (IR), o que atrai muitos investidores.
O CMN definiu também novas regras para a emissão de CRAs, permitindo que empresas relacionadas a instituições financeiras, mas não parte do mesmo conglomerado, possam realizar a emissão desse tipo de produto. Antes desse anúncio, partes relacionadas a um banco não tinham autorização para emitir os certificados.
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Ações e ETFs
Outra opção do investidor é alocar seus recursos em companhias listadas na bolsa de valores brasileira com foco em operações relacionadas ao agronegócio.
Entre elas, estão: Brasilagro (AGRO3); Agrogalaxy (AGXY3); Raízen (RAIZ4); São Martinho (SMTO3); Boa Safra (SOJA3); Três Tentos (TTEN3); M. Dias Branco (MDIA3); Camil (CAML3); BRF (BRFS3); JBS (JBSS3) Minerva (BEEF3); Marfrig (MRFG3) e SLC Agrícola (SLCE3).
Além disso, investidores podem optar não somente por uma ação, mas por um conjunto delas, empacotado em fundos de índices. s Exchange Traded Fund (ETFs) possuem uma cesta de diferentes ativos, que replicam um índice de referência específico, no caso do agronegócio, existem ativos como AGRI11, que replica o índice IAGRO da bolsa de valores brasileira, ou o FOOD11, que acompanha o MVIS, um índice global.
Mercado futuro
Os investidores podem comprar ativos no mercado futuro de uma série de commodities agrícolas, incluindo boi gordo, açúcar, soja, porco, milho e café. Por meio dos contratos, é possível adquirir determinado produto com cotação futura determinada na hora da negociação para a compra. Assim, o preço para a venda no futuro é determinado em um acordo pré-fixado entre os investidores.
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