Quarto maior grupo global no mercado de gerenciamento de energia, com mais de 100 mil funcionários espalhados pelo mundo, a multinacional americana Eaton atende a cerca de 100 clientes em Santa Catarina – entre eles, Schulz e GM, para citar apenas alguns instalados no Norte – sem ter uma estrutura própria para isso. As operações no Estado estão concentradas em uma pequena sala alugada de um prédio na região central de Joinville. É dela que o coordenador de vendas Ricardo Gianotti, com o apoio do engenheiro de vendas Rodolfo Escanferla Manhas, administra os projetos e prospecta novos negócios em solo catarinense.

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Em vez de construir uma sede própria no Estado, a Eaton optou por se instalar dentro de um escritório virtual, tipo de negócio que oferece locação de salas corporativas com todo o suporte de estrutura e de serviços necessários para viabilizar a operação. Funciona assim: a empresa paga um valor único pelo uso do espaço. Gastos com energia elétrica, água, internet, manutenção e até mesmo com secretária já estão inclusos na taxa e ficam a cargo da administradora do espaço.

– A empresa tem a facilidade de ter um escritório pronto para usar sem precisar se incomodar com a estrutura – destaca Manhas.

Nestes casos, a vantagem costuma ser no custo final da operação, que muitas vezes cai pela metade – ou até mais do que isso. Gianotti conta que os responsáveis pela filial da Eaton no Paraná “ficaram admirados com o modelo” e já estão revendo o funcionamento da estrutura da empresa no Estado vizinho.

Os escritórios virtuais começaram a surgir no País no início dos anos 90 com a abertura do mercado, explica Ernisio Martines Dias, presidente da Associação Nacional de Coworking e Escritórios Virtuais (Ancev). A Ancev foi fundada em 1996, mas os escritórios virtuais tinham pouca representatividade até o início dos anos 2000. De lá para cá, com o avanço dos recursos tecnológicos, o setor deslanchou. Em 2013, os negócios cresceram 25%, índice que deve subir para 30% neste ano, projeta Dias. Hoje, há 80 empresas associadas à entidade, mas o dirigente estima que existam pelo menos mil em operação no País.

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Esse tipo de estrutura tem sido cada vez mais procurada também por profissionais liberais, o que reforça a necessidade de regulamentação do setor. A Ancev está elaborando uma proposta neste sentido e corre atrás de apoio político para aprová-la no Congresso.