Enchentes como as que o Rio Grande do Sul enfrenta nas últimas semanas devem se tornar mais comuns com as mudanças climáticas. Foi pensando nisso que o chinês Kongjian Yu, arquiteto e urbanista, desenvolveu o conceito “cidades-esponjas”, que busca através da infraestrutura, uma solução para os municípios afetados pelas fortes chuvas. As informações são do g1

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Em entrevista ao Fantástico, Kongjian Yu contou que nasceu em uma vila, localizada em uma área de monções, e chove sem parar durante o verão. Após viver 17 anos trabalhando como agricultor, ele aprendeu como trabalhar com a natureza. Quando se mudou para cidade grande, Yu entendeu por que as cidades inundam. 

— A natureza se adapta, é viva. O conceito de cidade-esponja é baseado no princípio de que a natureza regula a água — fala. 

Atualmente, Yo trabalha como consultor do governo chinês e já desenvolveu mais de 70 cidades que são capazes de absorver mais volume de chuva do que o que atinge o Rio Grande do Sul. 

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Em 2012, a capital chinesa Pequim passou por uma enchente que tirou a vida de mais de 80 pessoas. O evento gerou uma mobilização do governo Chinês para reverter a situação.

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Como funciona uma “cidade-esponja” 

Segundo o especialista, o primeiro ponto é reter a água da chuva assim que ela cai do céu e que perto dos rios, é necessário ter áreas porosas, e não pavimentadas. Além disso, é necessário diminuir a velocidade dos rios 

— Quando você desacelera a água, você dá a oportunidade pra natureza absorvê-la. Para desacelerar, você usa a vegetação e cria um sistema de lagos — fala. 

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Outra característica importante das cidades-esponja é a adaptação para que elas tenham áreas alagáveis para onde a água possa escorrer sem causar destruição. Ou seja, é necessário criar grandes estruturas naturais alagáveis para que a chuva possa ser contida por um tempo e, depois, rapidamente absorvida pelo lençol freático sem invadir as casas.

O sistema foi implementado em Taizhou e Jinhua, na China, onde muros de concreto que canalizavam rios foram demolidos e substituídos por parques. Outras cidades do mundo, como Berlim, Copenhague e Nova York, também adotaram propostas semelhantes para evitar catástrofes relacionadas as chuvas.

Segundo o arquiteto, construir cidades-esponja ajuda não só a enfrentar a força da água no período de chuva, como também mantê-la fluindo pelas torneiras durante os meses mais secos do ano.

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