Em uma sala os funcionários acompanham em tempo real o que acontece nos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014. Sim, aqui isso é possível, pois foram instaladas câmeras nos canteiros de obras de todas as arenas. As imagens captadas ficam disponíveis neste local. Mesmo depois de prontos, os estádios continuam sendo observados. Bem-vindo ao COL, sigla de Comitê Organizador Local, criado para organizar a Copa das Confederações e o Mundial.
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O COL está instalado no Riocentro, gigantesco centro de convenções localizado na Barra da Tijuca. Sobrevive com verba da Fifa, que contratou a Ernst Young para controlar se o dinheiro está sendo utilizado adequadamente. Para entender melhor as atribuições do Comitê: se a Inglaterra jogar em 2014 em Recife, no domingo, e em Porto Alegre, na quinta, o responsável por todos os detalhes de logística – fretamento de avião, contratação de tripulação, deslocamentos e transporte de equipamentos – é o COL. Vai funcionar assim com as 32 seleções.
A sede, com 8 mil m², ocupa todo o pavilhão 1. Atualmente, são cerca de 200 funcionários, mas o número vai subir. Circular pelo Riocentro, local que recebe feiras e eventos, é tranquilo, mas quando se aproxima dos escritórios o rigor aumenta. A 100 metros da porta de entrada do COL, dois seguranças de terno e gravata controlam a movimentação. No acesso principal, mais seguranças e detectores de metal. A partir da recepção, já se percebe a decoração característica em eventos da Fifa, com placas indicando onde ficam as salas. Aliás, a entidade também tem seu espaço exclusivo.
Chama a atenção o ritmo dos funcionários no COL. Se trabalha muito, são diversos os detalhes que envolvem competições desse porte. Existem duas diretorias, a de Planejamento Estratégico e a de Suporte de Operações, responsável pelo RH, departamento financeiro, eventos e compras. A comandante é Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira. Mesmo com a saída do ex-presidente da CBF, ela continua no cargo.
A outra diretoria é a de Operações e Competições, que cuida de segurança, transporte, alimentação, limpeza, estádios, comunicação e relações institucionais. Ricardo Trade acumula essa direção e o cargo de CEO do COL. O presidente é José Maria Marin, também presidente da CBF. Ronaldo e Bebeto são membros da direção e têm como principal função divulgar e passar uma imagem positiva da Copa.
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Quem põe a mão na massa mesmo é Trade, que define da seguinte maneira o trabalho do Comitê:
– Eu poderia dizer que aqui estão o coração e o cérebro da Copa, mas também vamos abrir nossos braços operacionais nas 12 cidades-sedes. Teremos escritório em todas. Daqui, mandaremos o sangue do coração para que os funcionários locais façam o serviço.
E este serviço só aumentará, como a movimentação no Riocentro, que também receberá o IBC, sigla em inglês para Centro Internacional de Imprensa (Internacional Broadcasting Center), em mais dois pavilhões no local. Serão 13 mil jornalistas do mundo inteiro para trabalhar na Copa do Mundo. Um hotel de 14 andares está sendo erguido dentro do centro de convenções. Esta região da cidade vai ferver. Na frente do Riocentro, acontece o Rock in Rio. Um pouco mais ao lado, estão em construção o Parque Olímpico e a Vila Olímpica, que receberão os Jogos de 2016. Em meio a tudo isso, o COL busca inspiração para organizar um grande Mundial.