Após 28 anos, cinco meses e 15 dias, o catarinense teve a chance de se reencontrar com a Ponte Hercílio Luz nesta segunda-feira (30). E quando a espera é tão longa, naturalmente a saudade acumulada cria um sentimento de ansiedade, visível nas milhares de pessoas que se aglomeravam próximo nas cabeceiras na ponte mais de uma hora antes do início da cerimônia que iria reabrir a estrutura.
Continua depois da publicidade
Quem abriu passagem foi o governador Carlos Moisés, a bordo de um Fusca de 1970, iniciando por volta das 10h30min um desfile com cerca de 150 veículos antigos. Antes mesmo do fim da solenidade, a multidão que aguentava a temperatura de 30ºC começou a entrar na Velha Senhora para ter o grande momento: tomar de volta aquilo que sempre teve, mas que por muitas décadas era visto como mero símbolo histórico ou um desperdício de dinheiro público.
Veja como foi a reinauguração da Ponte Hercílio Luz
Galeria de fotos: Confira a cerimônia de reabertura
Entre manezinhos e turistas, predominava o olhar curioso com a nova estrutura e o câmera do celular, responsável por registrar e eternizar o momento tão aguardado. Entre as 50 mil pessoas que visitaram a estrutura durante a manhã, conforme estimativa do Governo do Estado, havia inúmeras histórias que envolveram lembranças, realizações e, em alguns casos, até um pouco de choro.
Continua depois da publicidade
Raquel de Abreu, de 62 anos, levou um retrato dos pais, o seu Dalmiro e a dona Helena, que sonhavam em ver a Ponte Hercílio Luz reaberta por conta das boas lembranças que a família teve em outra época. Já Bete Soares Chierighini, de 60 anos, teve a sorte de conseguir viver esse momento especial com a mãe Laura, de 86 anos e cadeirante, refazendo juntas o trajeto que era rotineiro nos anos 70.
A ponte como ponto de lazer e convivência
Mas a programação desta segunda-feira não se resumiu a atravessar o percurso mais antigo entre o Continente e a Ilha de Santa Catarina. Um palco instalado na cabeceira insular da ponte tinha um palco com apresentações culturais e artísticas, com opções desde o tradicional Fado dos Açores até apresentações populares como do Quinteto Samba Aí e do jovem João Napoli, um dos destaques da edição 2019 do reality show The Voice Kids.
Durante a tarde, o calor acima de 30ºC afastou parte do público que estava perto do palco para os pontos gastronômicos, que estavam instalados nas duas cabeceiras da Hercílio Luz, e as sombras das árvores. O movimento mudou à medida que o sol se despedia, com a crescente aglomeração de pessoas em frente ao palco para cantar e dançar nesse dia de festa. A programação continua até domingo (5) nas duas cabeceiras da estrutura.
Já o bungee jump é um evento à parte. Dezenas de pessoas paravam próximas das quatro estruturas montadas nas laterais da Ponte Hercílio Luz para acompanhar a aventura de quem saltava de cabeça em direção ao mar da Baía Norte. A animação era tanta que o público fazia uma contagem regressiva e incentivava àqueles que estavam nervosos antes da queda de 32 metros.
Continua depois da publicidade
A ponte de todos os meios de transporte
Há, também, quem optou por passear pela ponte sobre rodas. Apesar de alguns patinetes e outros patins, o que predominou foram as bicicletas. De certa forma, é uma prévia do movimento que deve acontecer nos próximos dias, já que a nova estrutura da ponte tem espaço para o tráfego de bicicletas nas duas laterais. No dia 13, a ponte passa a receber o tráfego de ônibus do transporte coletivo da Capital e há possibilidade que o fluxo de carros seja liberado no segundo semestre de 2020.
Além de todos os meios de transporte, a Velha Senhora foi fotografada nesta segunda-feira por diferentes pessoas, de moradores a turistas estrangeiros. O gosto pelo reencontro foi tanto que a programação, inicialmente prevista para encerrar 20h, foi estendida e ainda havia pessoas na estrutura às 22h. Quem não foi no primeiro dia, terá muito tempo para ter esse momento especial. Afinal, a ponte é, novamente, dos catarinenses.