O aumento da população durante o verão pressiona também a demanda nos serviços de saúde de Florianópolis. A estimativa da prefeitura da Capital é que 2 milhões de pessoas passem pela cidade entre dezembro e fevereiro. Por isso, a Secretaria de Saúde do município fortaleceu os atendimentos para receber os turistas.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
A Operação Verão começou já no dia 16 de dezembro e vai até o começo de março, após o Carnaval, e conta com aumento da capacidade de atendimento, melhorias na recepção e encaminhamento de demandas dos turistas, com atendimento multilíngue no Alô Saúde, e reforço em atividades já consolidadas.
Atendimento ampliado
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Norte e Sul, salas adicionais de atendimento serão abertas e novos profissionais (médicos e enfermeiros) devem ser escalados durante o verão.
No Norte de Ilha, o Centro de Saúde (CS) Capivari, que fica na Rodovia João Gualberto Soares, 2097, terá horário de atendimento estendido, das 7h às 22h. O foco, a partir das 19h, será o atendimento a casos de urgência de baixa complexidade. O atendimento à noite será para todos, mesmo que aquele não seja seu Centro de Saúde de referência. Até às 19h, é preciso buscar o CS de cada bairro.
Continua depois da publicidade
No Alô Saúde, serviço feito por telefone, o atendimento começou a ser realizado também em inglês e espanhol, além do português. A iniciativa foi colocada em prática a partir do dia 23 de dezembro, pelo telefone 0800 333 3233. Também é possível fazer o atendimento via WhatsApp, na língua nativa do paciente.
Nestes casos, os sintomas serão avaliados e o usuário poderá ser encaminhado para um atendimento virtual ou presencial, a depender de cada caso, com um profissional apto para a conversação no idioma escolhido.
Dengue
Este ano, Florianópolis registrou 2.485 casos prováveis de dengue, até 16 de dezembro, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado. A prefeitura informou que acompanha o cenário epidemiológico e, conforme a evolução no número de casos (o que normalmente ocorre nos meses mais quentes), deve abrir Centros de Referência para Dengue (CRD), nas regiões em que houver maior incidência. Nestes locais será oferecido todo o tratamento da doença.
Doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, são mais comuns no verão. Evite deixar água parada, já que é nestes locais que o mosquito se reproduz.
Continua depois da publicidade
Doenças mais comuns no verão e como evitar
Os meses de temperaturas mais altas são também os que determinadas doenças se tornam mais comuns. São elas:
Desidratação
Ocorre quando a quantidade de perda de líquidos é maior que a ingestão. É comum no verão devido à exposição ao calor. Entre os sintomas estão mal-estar e fraqueza, ressecamento de mucosas, como olhos, nariz e boca, longos períodos sem urinar e aumento da irritabilidade.
Para prevenir a desidratação, a recomendação é ingerir muita água, consumir alimentos in natura ou minimamente processados, usar roupas leves e permanecer em ambientes bem arejados, e preferencialmente, na sombra.
Micose na pele
A micose ocorre quando há crescimento excessivo de fungos que podem afetar a pele, o couro cabeludo e unhas, por exemplo. Normalmente, as regiões mais quentes e úmidas do corpo são as que mais favorecem a reprodução destes microrganismos. É por isso que, no verão, elas se tornam mais frequentes. Os sintomas mais comuns são coceira, vermelhidão e ressecamento da pele.
Continua depois da publicidade
Para evitar a micose, é preciso secar bem o corpo, especialmente as regiões de dobras, como virilha, espaço entre os dedos e axilas; evitar o uso de sapatos fechados por longos períodos; usar roupas leves; e não compartilhar toalhas e outros objetos pessoais. Em ambientes comunitários, como piscinas, banheiros e vestiários, a proliferação de fungos pode aumentar, e a indicação é não andar descalço nesses locais.
Insolação
A exposição excessiva ao sol pode causar dor de cabeça, tontura, vômito ou náuseas, palidez, desmaio e queimaduras na pele. Para evitar isso, a proteção com filtro solar, permanência na sombra, uso do chapéu ou boné e de roupas para minimizar o contato com o sol são essenciais.
Intoxicação alimentar
Além da exposição ao sol, é preciso ter cuidado com a alimentação. Quando se alimentar fora de casa, é preciso prestar atenção no odor e aparência da comida, assim como a higiene do local onde foi preparada.
A conservação inadequada de alimentos é uma das principais vilãs durante o verão, e pode causar a contaminação deles por bactérias, fungos ou toxinas. Após o consumo de um desses alimentos, os sintomas geralmente iniciam com náuseas, vômitos, diarreia, febre e evoluem para desidratação e mal-estar generalizado. Para evitar a intoxicação, prefira sempre alimentos frescos, in natura ou minimamente processados.
Continua depois da publicidade
Inflamações no ouvido
O mergulho em mar ou rio e o uso excessivo de cotonete pode provocar otites, ou seja, inflamações no ouvido. Além de dor, a doença provoca febre, cefaleia, zumbido, problema de audição e tontura. É possível prevenir a condição com o uso de protetores macios de ouvido ao nadar e evitar o uso de cotonetes.
Conjuntivite
Olhos vermelhos, muito inchados, ardência e com secreção ou não, são sinais de conjuntivite bacteriana, mais comum durante o verão. Ela pode ser transmitida facilmente de uma pessoa para outra ou por meio de contato com objetos e superfícies contaminadas, inclusive na água do mar ou da piscina.
Para prevenir a doença, evite compartilhar itens como toalhas, maquiagem, pincéis e fronhas, que têm mais contato com a região dos olhos. É fundamental higienizar as mãos e olhos com frequência.
Doenças diarreicas agudas
As doenças diarreicas agudas (DDA) correspondem a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais, que na temporada 2022/2023 causaram um surto em Santa Catarina. O principal sintoma costuma ser o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, acompanhada ou não de náuseas, vômito, febre e dor abdominal, podendo durar até 14 dias.
Continua depois da publicidade
As doenças podem ser causadas por vírus, bactérias e parasitas e costumam infectar a população em decorrência do descuido com a higiene, como não lavar as mãos com frequência, especialmente antes de se alimentar; da ingestão de alimentos de procedência desconhecida, com destaque para os frutos do mar, ou bebidas produzidas com ingredientes contaminados; pela falta de conservação térmica de comidas, que favorece a multiplicação de microrganismos e a liberação de toxinas que causam danos à saúde; ao tomar banho em praias impróprias ou em rios/córregos poluídos.
Alguns cuidados são necessários para evitar o adoecimento e a transmissão para outras pessoas:
- Cuidar com a qualidade da água ingerida que deve ser tratada, fervida ou mineral;
- Evitar a ingestão de frutos do mar crus, carnes mal passadas, especialmente sem saber a procedência;
- Ao levar alimentos para a praia, cuidar da higiene e manter a refrigeração adequada;
- Não consumir sucos, batidas, caipirinhas e outras bebidas não industrializadas sem saber a procedência dos ingredientes utilizados;
- Não consumir alimentos fora do prazo de validade, mesmo que aparência seja normal;
- Não consumir alimentos que pareçam deteriorados, com aroma, cor ou sabor alterados, mesmo que estejam dentro do prazo de validade;
- Higienizar as mãos com frequência, especialmente antes e depois de utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular e preparar os alimentos, amamentar e tocar em animais;
- Não frequentar locais com condição imprópria para banho.
A doença pode causar desidratação leve a grave, sendo que crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são mais vulneráveis e têm mais chances de evoluir para gravidade. Principalmente nestes casos é importante monitorar os sintomas, não se automedicar e, caso necessário, procurar uma unidade de saúde para realização do tratamento adequado.
*Com informações do Ministério da Saúde e da Secretaria do Estado da Saúde (SES).
Leia também
Região Sul do Brasil tem 150 casos de câncer de pele para cada 100 mil habitantes, revela Inca
Continua depois da publicidade
SC faz primeira cirurgia de redesignação sexual com técnica de robótica no Brasil