O número de acidentes provocados por animais como serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas, abelhas, águas-vivas e caravelas cresce com a chegada do verão em Santa Catarina. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que faz os registros oficiais, as ocorrências com serpentes (cobras) e aranhas são as mais comuns em Joinville. De acordo com números repassados pela Vigilância Ambiental de Joinville, foram registrados quase 700 casos desde 2007. Destes, 39 aconteceram no ano passado.

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Em todo o Estado, em 2015, foram registrados 9.354 ocorrências, e entre os meses de janeiro e novembro de 2016, um total de 6.703 acidentes foi registrado.

– E o número pode ser ainda maior, pois muitos casos nem chegam a ser notificados ou oficializados _ diz o médico veterinário Jaime de Matos Jr., da Vigilância Ambiental de Joinville.

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Acúmulo de lixo, restos de entulhos e pilhas de telhas e madeiras no terreno são abrigos certos para animais peçonhentos. A proximidade de matas e os terrenos baldios também requerem atenção da população e das autoridades sanitárias. Em regiões onde há enchentes, o risco também é grande, pois esses animais são obrigados a deixarem seus habitats em busca de um novo local, refugiando-se, muitas vezes, dentro das casas.

Historicamente, os acidentes com aranhas são responsáveis pela maior parte dos casos, seguidos dos acidentes envolvendo serpentes e abelhas. De acordo com Ivânia da Costa Folster, responsável pela área técnica na Gerência de Vigilância de Zoonoses (Gezoo), muitos acidentes acontecem por desatenção.

– Nesta época do ano, as pessoas passam a frequentar mais as praias, fazem trilhas e outras atividades ao ar livre, aproximando-se desses animais, aumentando os riscos de picadas e mordeduras _ alerta.

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No caso de picadas ou mordeduras, é preciso tratar a lesão como se fosse causada por um animal venenoso e buscar rapidamente atendimento em uma unidade de saúde.

Segundo o médico veterinário Jaime de Matos Jr., uma das preocupações recentes é a aparição do escorpião-amarelo. Embora seja um animal típico do Sudeste e do Centro-oeste do Brasil, ele tem aparecido com maior frequência nos últimos anos no Sul do Brasil. Em Joinville, já foi encontrado em vários bairros e chegou a causar um acidente no ano passado.

– Ele é o mais perigoso. Precisamos dar atenção especial ao escorpião-amarelo nesta época do ano _ diz Jaime, lembrando que a espécie é a principal causadora de acidentes mais graves, com registro de óbitos em outras regiões do País, principalmente entre crianças.

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Como agir

ONDE BUSCAR AJUDA

Em caso de acidentes com estes tipos de animais, é preciso primeiro buscar uma unidade de saúde o mais rapidamente possível.

A referência para atendimentos de acidentes por animais peçonhentos no Estado é o Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina (CIT/SC), com funcionamento 24 horas pelo telefone 0800 643 5252, todos os dias da semana.

O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES

Manter a vítima calma e deitada, evitando movimentos para não favorecer a absorção do veneno;

Tentar manter o membro afetado no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele;

Localizar a marca da mordedura, limpar o local com água e sabão e cobrir com um pano limpo;

Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear (apertar a circulação), em caso de inchaço do membro afetado;

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Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento necessário;

Se possível, levar o animal para que seja identificado e para que a vítima receba o antiveneno específico.

COMO EVITAR ACIDENTES

Usar botas: no corte de vegetação e limpeza de terrenos evita até 80% dos acidentes com cobras. Porém, antes de calçar as botas, verifique se não há aranhas, escorpiões ou outros animais peçonhentos na parte interna.

Proteger as mãos: não coloque as mãos em frestas, tocas, cupinzeiros, ocos de troncos etc. Use um pedaço de madeira para verificar se não há animais nesses locais. Utilize luvas para limpeza doméstica.

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Acabar com os ratos: a maioria das cobras alimentasse de roedores. Por isso, mantenha sempre limpos os terrenos, quintais e plantações, evitando atrair esses predadores.

Conservar o meio ambiente: os desmatamentos e queimadas, além de destruírem a natureza, provocam mudanças de hábitos dos animais, que se refugiam em celeiros ou mesmo dentro de casas. Evite matar os animais, pois eles contribuem para o equilíbrio ecológico.