O ano todo as áreas públicas de lazer de Joinville estão disponíveis para visitação, mas é justamente entre os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, nas férias escolares, que os parques locais ao ar livre costumam estar entre as opções de entretenimento escolhidas pelos joinvilenses. A questão é que muitas vezes esses locais precisam de atenção devido a problemas de segurança, infraestrutura e manutenção.
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Pensando nisso, ao longo da última semana, o Jornal "A Notícia" percorreu dez espaços públicos espalhados pelo município, e repetiu um teste realizado há pelo menos três anos. Foram analisadas as condições das áreas de recreação familiar e infantil, manutenção e limpeza, segurança, acesso, pintura, banheiros e lixeiras, áreas de convivência, além de vegetação. Dentro deste checklist, dos locais visitados, a maioria deles apresentou pelo menos uma necessidade de melhoria ainda não resolvida.
As roçadas são o principal problema de grande parte das áreas públicas de lazer no município, o resultado do vandalismo praticado contra o patrimônio público também é destaque. Outras demandas têm relação com a precisão de reparos em brinquedos e equipamentos nas academias ao ar livre.
De acordo com a Prefeitura de Joinville, os parques e praças passam por ações constantes de manutenção por parte da Unidade de Praças e Parques da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama). As roçadas são feitas continuamente, segundo a gestão municipal, “mas como esse período os matos crescem mais rapidamente, nem sempre é possível conseguir atender todas as unidades de forma ágil. Porém há o monitoramento e as ações de manutenção em andamento”.
O Executivo reforça ainda que a Sama realiza rotinas quinzenais de revisão e manutenção das academia nas praças e parques, por meio de uma empresa terceirizada. Os equipamentos danificados são retirados e depois destinados aos reparos. “O trabalho rotineiro também acontece nos brinquedos dos parques".
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Já com relação ao vandalismo, a Prefeitura considera o problema como de difícil controle, porque depende da constante presença do monitoramento de agentes de segurança. “Como não há efetivo da Guarda Municipal suficiente para estar em todos os locais, o importante é que as pessoas que flagrarem algum ato de desrespeito ao patrimônio público que ligue para a Guarda Municipal, no ramal 153".
Nos demais casos que demandam melhorias estruturais, os moradores podem ajudar a informar os pontos onde estão os problemas pro meio da Ouvidoria, no ramal 156, ou no site da prefeitura, no espaço Ouvidoria, para que seja programada a ação de manutenção.
ESTAÇÃO DA MEMÓRIA
Ambiente de resguardo da história ferroviária de Joinville e tombado como patrimônio arquitetônico brasileiro, o prédio centenário da Rua Leite Ribeiro reúne avarias decorrentes da passagem do tempo. Na área externa à Estação são cerca de 30 bancos de madeira disponíveis para descanso, alguns deles com as tábuas castigadas pela corrosão. Pedaços pequenos da própria estrutura do prédio estão expostos no chão. Ainda no lado de fora, o mato cresce e expõe a necessidade de roçadas, este o maior problema do local. Durante o Teste AN os banheiros estavam fechados e verificamos que uma das lixeiras estava destruída possivelmente por ato de vandalismo. Em contrapartida, no interior do espaço havia guarda de patrimônio, monitor e funcionário da limpeza, que garantiam a boa conservação. Outro ponto verificado foi a baixa acessibilidade oferecida aos visitantes devido ao prédio do imóvel ser antigo. Há rampas de acesso à estação, mas os caminhos que levam até elas precisam de melhorias.
O que diz a Prefeitura: A estrutura está para passar por melhorias, ainda sem definição de prazo.
PARQUE SÃO FRANCISCO
Pouco mais de quatro anos depois de sua inauguração no bairro Adhemar Garcia, a recepção no parque é dada com uma pichação em uma das placas que leva o nome do parque, mostrando desrespeito de alguns usuários com o patrimônio público. Ao redor o aspecto é de quase abandono, com mato crescido e uma das mesas de concreto destruída. De alguns bancos restam apenas parte da estrutura de sustentação do concreto. Na quadra de areia além de pontos de alagamento há grama crescendo, servindo ainda de descarte de alguns materiais que são jogados no chão. No espaço infantil, os pegadores de dois lugares da gangorra foram arrancados e as mesmas estão frouxas e com madeira gasta. Em uma das traves em que deveria haver dois balanços, há apenas um. A pintura do espaço se mantém em boas condições e há rampas de acesso para quem precisa. As lixeiras também não apresentam muitas avarias. Não há segurança físico, porém há uma base da Polícia Militar na esquina do parque.
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O que diz a Prefeitura: O problema maior é o crescimento do mato, sendo que existe cronograma para manutenção regular do local.
PARQUE DA CIDADE
Revitalizado com ajuda da comunidade em 2017, hoje o parque precisa de maior atenção, principalmente no setor Guanabara. As grades de proteção que cercam a pista de skate estão danificadas, com aberturas em vários trechos e parte da tela arrancada. Também na área dos esportistas há sacolas de lixo abandonadas que demonstram falta de conscientização e cuidado dos usuários. Ferros de apoio da pista estão enferrujados. Por ali o mato também está crescendo são necessário roçadas. No símbolo da praça, o ‘caranguejo’, as escadinhas da estrutura desapareceram e um pedaço do carpete foi cortado. Ao redor, a pista dos ciclistas precisa de reparos em alguns pontos, onde já há remendos na pista. O campo de areia também apresenta problemas devido a vegetação, que tomou conta da área. Já a fonte de água teve equipamento levado e não contém água. Redes das traves de basquete sofreram avarias. No outro lado, próximo ao mirante do parque, quatro funcionários da prefeitura trabalhavam nas roçadas e limpeza do bosque durante a reportagem, indicando que a manutenção é feita no local.
O que diz a Prefeitura: O espaço do Caranguejo está desativado, porque não atende as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
PORTAL DO MAR
Inaugurada em junho de 2014, a Porta do Mar Marino de Oliveira, no Espinheiros, é um lugar calmo e convidativo a contemplação da Baía da Babitonga. O acesso até o monumento exige um pouco de caminhada, tendo em vista que não há estacionamento suficiente por perto (apenas particulares). O chão de concreto tem alguns pontos com rachaduras e pequenos buracos, enquanto as cercas de proteção demandam atenção, pois estão um pouco bambas. Logo ao lado, no monumento do ‘pescador’, a imagem está escondida pela vegetação e também apresenta corrosão. No trapiche, há corrimões quebrados e alguns parafusos estão enferrujados. O caminho até o portal serve ainda de aterro e desova de alguns entulhos e o mato quase ganha a calçada. Nos atracadouros do local estão em pé três dos quatro decks. Ainda assim a vista e os locais de descanso abaixo dos sombreiros e nos bancos do percurso compensam o passeio.
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O que diz a Prefeitura: A manutenção do corrimão está para ocorrer durante o mês de fevereiro. Sobre o trapiche da Porta do Mar, a Prefeitura de Joinville esclarece que o dano causado na estrutura, em virtude de um acidente envolvendo uma embarcação, está em fase de inquérito por parte da Companhia dos Portos, para que depois seja feita uma ação de recuperação coordenada pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente.
MORRO DO FINDER
Na área verde do Morro do Finder a situação não é muito diferente da encontrada nos outros testes que o AN realizou. A área de cerca de 500 mil metros quadrados apresenta logo na entrada estacionamento próprio, espaço de convivência com mesas e cadeiras e um parque infantil. Uma das mesas estava destruída, enquanto as outras duas peças estavam instáveis. No parque, em uma das gangorras o pegador foi arrancado e em ao menos duas delas faltam assentos. Já a trilha é composta por placas indicativas em bom estado de conservação. O morro mantém ainda um imóvel administrativo que contém guarda de patrimônio e profissional de limpeza. No dia, a equipe não chegou a fazer o trajeto interno no parque porque foi informada que seria necessária autorização para isso.
O que diz a Prefeitura: Está previsto o reparo pela Sama.
MAJ
O espaço é de fácil acesso e há estacionamento nas redondezas. A calçada precisa de alguns reparos por conta de pequenos buracos, que podem representar um problema para os transeuntes à noite. Há ao menos duas dezenas de lixeiras no local, todas em bom estado de conservação, e todo o parque externo do museu contém placas que pedem respeito ao meio ambiente. Há guarda de patrimônio e funcionários de limpeza. Também estão em bom estado as mesas, os bancos de concreto e o lago que preenche o jardim. Outras banquetas de concreto foram pintadas recentemente no memorial à imigração e colonização dos suíços e tornam o ambiente agradável.
O que diz a Prefeitura: A situação da calçada será avaliada pela Secretaria de Cultura e Turismo.
PARQUE DAS ÁGUAS
O Parque das Águas, localizado ao lado do Complexo Cidadela Cultural Antarctica de Joinville, e inaugurado há seis anos, não possui mais água corrente em seu ambiente. O local está em bom estado de conservação, tem estacionamento, áreas roçadas, está limpo, contém lixeiras completas e pintura recente. No entanto não há segurança no local, nem banheiros. Os brinquedos do parque também estão preservados. O ponto de atenção é justamente naquilo que nomeia o espaço: a estrutura por onde deveria passar a água, reúne água parada e alguns lixos jogados, que merecem atenção do poder público, uma vez que somente em duas semanas foram mapeados 100 focos do mosquito da dengue na cidade.
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O que diz a Prefeitura: A Sama vai fazer uma ação de melhoria juntamente com a empresa parceira, que adotou a área no programa Parceria Verde.
RUA DAS PALMEIRAS
Cartão-postal de Joinville, a Rua das Palmeiras continua como um dos principais atrativos na região central de Joinville, seja como ponto turístico, seja para descanso ou seja para registrar o cenário das palmeiras imperiais em belas fotos. O jardim está preservado e há 16 assentos. Não se vê sujeira no chão e as lixeiras estão em boas condições. Foram instaladas também armadilhas de monitoramento e controle da broca das palmeiras para manter a preservação do local. O único empecilho está nas vielas laterais, nas quais os pedestres, por vezes, disputam espaço com os carros.
O que diz a Prefeitura: Está na programação diária a limpeza, as roçadas e a troca das flores da Rua das Palmeiras.
ZOOBOTÂNICO
Um dos espaços de lazer mais visitados do município, o Zoobotânico do Morro do Boa Vista mantém área limpa e com poucos problemas. No início do percurso na área interna encontramos um bloco de madeira com um cone em cima da calçada, indicando que o trecho precisa passar por reparos. Nas proximidades, um dos aparelhos da academia ao ar livre possui dois dos seus três equipamentos inoperantes. No banheiro masculino dois mictórios estão interditados. E uma lixeira de ferro apresenta ferrugem exposta. Outro ajuste pontual é na cerca rente ao lago, que apresenta uma área solta. Nos demais pontos do Zoo as condições são satisfatórias, os brinquedos do parque funcionam sem estragos, há segurança, e a grama estava cortada.
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O que diz a Prefeitura: A prefeitura contesta a informação de que há interdições dentro dos banheiros.
MIRANTE DA BOA VISTA
Dos dez espaços públicos visitados pela reportagem, o mirante é o mais cuidado. Durante o teste, notamos a boa sinalização vertical e horizontal no acesso ao topo do morro e também a boa condição da estrada e da calçada, com placas informativas, lixeiras e banquetas no trajeto. Todos os bebedouros disponíveis estavam funcionando e os banheiros estavam limpos. O local também possui guarda de patrimônio e rondas frequentes da Guarda Municipal e da Polícia Militar. O elevador com capacidade para oito pessoas estava ativo. No alto, os binóculos de aproximação estavam operando normalmente e as grades de proteção estão firmes. Na trilha de madeira não há buracos ou furos. O principal problema do local é a falta de água devido a queima da bomba, o que exige reposição via caminhão pipa.
O que diz a Prefeitura: A administração municipal relata que a bomba que abastece o local foi atingida por um raio no dia 20 de janeiro, o equipamento passou por conserto e o abastecimento de água já está normalizado.