A hipertensão é considerada uma doença silenciosa, devido à dificuldade que as pessoas têm em identificar o problema. Na maioria dos casos, não há um sintoma típico que possa servir de alarme. O clínico geral e fisiologista do exercício João Pinheiro diz que um erro muito comum entre os pacientes é acreditar que sinais como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço, nos olhos ou sensação de peso nas pernas estão associados à hipertensão.

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– Independentemente de ser hipertenso ou não, é importante medir a pressão arterial com frequência para evitar a falsa impressão de que ela está controlada – explica.

A pressão arterial é a força com que o sangue é impulsionado contra as paredes das artérias. Pode subir ou baixar dependendo de fatores como idade, condições do coração, emoção, atividade e medicamentos que a pessoa toma. Obesidade, estresse, fumo, bebidas alcoólicas, sedentarismo, ingestão de sal e níveis altos de colesterol estão entre os principais fatores de risco dessa doença que acomete, principalmente, homens e mulheres acima de 50 anos.

Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão revelam que a pressão arterial elevada já atinge 30% da população adulta brasileira e mais de 50% das pessoas na terceira idade. No entanto, para ser diagnosticado com a doença, são necessárias de três a seis aferições elevadas da pressão, obtidas em dias diferentes, com um intervalo maior que um mês entre a primeira e a última.

– Hipertenso é aquele que apresenta pressão arterial elevada frequentemente e durante vários períodos do dia – diz Pinheiro.

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A pressão alta não ter cura, mas pode ser controlada e evitada com algumas mudanças de hábitos. O exercício físico é um forte aliado para controlar a pressão.

– Fazer exercício diminui o percentual de gordura, controla o nível de colesterol e o diabetes, fortalece a estrutura óssea e muscular e melhora a condição cardiovascular. Mas as pessoas hipertensas devem fazer uma avaliação médica antes de iniciar qualquer atividade física – recomenda Pinheiro.

Como e quando medir

O ideal é medir a pressão arterial pelo menos uma vez a cada ano. Caso a pessoa seja obesa, fumante, diabética ou tiver histórico familiar de hipertensão arterial, a medição deve ser feita com uma frequência maior, cerca de duas vezes por ano. Quem sabe que é hipertenso deve medir a pressão uma vez por semana. Isso pode ser feito no consultório médico, em uma farmácia e até em casa.

Geralmente, a pressão arterial é medida com um aparelho chamado esfigmomanômetro e obtida pela observação de duas medidas: sistólica e distólica. A primeira é a pressão exercida nas artérias durante os batimentos cardíacos, enquanto a distólica é a pressão feita nos intervalos entre as batidas.

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A pressão sanguínea é escrita sempre com a pressão sistólica antes da diastólica. Quando se diz que a pressão está em 12 por 8, significa que a pressão sistólica é de 120 mmHg (milímetros de mercúrio) e a distólica, de 80 mmHg. A classificação da pressão obedece a um padrão estabelecido pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (veja o quadro).