O mapa do poder que está se desenhando no país, segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, retrata um quadro que mistura conservadorismo e anseio por mudanças e aponta o PMDB, o PSDB e o PT como os partidos que tendem a eleger o maior número de governadores.

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O sentimento de continuidade está presente em cinco Estados, a oposição lidera em 18 e há empate técnico em quatro, segundo as pesquisas mais recentes. Na maioria dos Estados, os candidatos dos partidos aliados à presidente Dilma Rousseff (PT) lideram as sondagens – uma obviedade diante do tamanho e da diversidade da coligação -, mas nem todos estão com ela nos Estados. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a base do governo tem quatro candidatos a governador, mas só Tarso Genro é alinhado com Dilma.

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Dos 18 governadores candidatos à reeleição, apenas três estão em situação confortável, com chances reais de vencer no primeiro turno: Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Raimundo Colombo (PSD-SC) e Tião Viana (PT-AC). Outros 11 disputariam o segundo turno, e o restante está ameaçado de ficar pelo caminho.

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Vida real: como os candidatos podem colocar mais policiais nas ruas

As eleições deste ano ocorrem no dia 5 de outubro. Se a disputa para presidente da República ou governador exigir segundo turno, a eleição será realizada em 26 de outubro.

Minas tem sabor extra para petistas

Os índices de Dilma não se refletem na situação dos candidatos do PT na maioria dos Estados. Dos cinco governos que levou em 2010, o partido só tem perspectiva de vitória no dia 5 de outubro no Acre.

No RS, Tarso Genro deve disputar o segundo turno com Ana Amélia Lemos (PP), mas está em desvantagem nas pesquisas. Agnelo Queiroz (DF) está em segundo lugar, com escassos 19%, mas pode se beneficiar da provável cassação de José

Roberto Arruda (PR). Na Bahia, duas vezes governada por Jaques Wagner, o petista Rui Costa tem pouco mais da metade das intenções de voto de Paulo Souto (DEM). Em Sergipe, com a morte de Marcelo Déda, seu vice, Jackson Barreto (PMDB), assumiu o governo e deve ser reeleito.

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Entre os principais Estados, o melhor resultado do PT está em Minas Gerais, com a liderança do ex-ministro Fernando Pimentel. As pesquisas indicam que o partido elegerá Wellington Dias no Piauí, em primeiro turno, e disputará o segundo em Mato Grosso do Sul, com o senador Delcídio Amaral.

Dinastia em São Paulo se mantém intocada

A sigla de Aécio Neves deve conquistar, mais uma vez, São Paulo. Geraldo Alckmin (PSDB) aparece em primeiro lugar, com índices superiores à soma dos adversários. Os tucanos se encaminham para o sexto mandato consecutivo no Estado mais rico e mais populoso do Brasil, o terceiro completo de Alckmin, que assumiu com a morte de Mario Covas, em 2001, e se elegeu em 2002 e 2010.

Os tucanos também são favoritos para vencer no Paraná, onde o governador Beto Richa lidera, mas deve enfrentar Roberto Requião em um embate direto em 26 de outubro. Em Goiás, o governador Marconi Perillo está à frente, com tendência de segundo turno contra Iris Rezende (PMDB). Cássio Cunha Lima lidera com folga na Paraíba, o governador Simão Jatene está empatado com Helder Barbalho (PMDB) no Pará e, em Rondônia, Expedito Jr. está em empate técnico com o governador Confúcio Moura (PMDB).

A situação mais dramática para os tucanos é a de Minas. Na terra de Aécio, governada pelo PSDB sem interrupção desde 2002, o líder nas pesquisas é um petista.

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Sigla pode ter até 10 governadores

Coadjuvante nas eleições presidenciais desde o fiasco protagonizado pela candidatura de Orestes Quércia em 1994, o PMDB aproveitou a condição de aliado dos últimos governos para se fortalecer nos Estados.

Pode eleger entre seis e 10 governadores, a maioria no Nordeste. São favoritos para vencer em primeiro turno o filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho, em Alagoas, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, no Rio Grande do Norte, o ex-governador Marcelo Miranda, no Tocantins, e o ex-governador Eduardo Braga, no Amazonas.

Com perspectiva de disputar o segundo turno, estão Eunício Oliveira (Ceará), Paulo Hartung (Espírito Santo), Helder Barbalho (Pará) e Jackson Barreto (Sergipe). Herdeiro da cadeira de Sérgio Cabral – que renunciou -, Luiz Fernando Pezão está empatado com Anthony Garotinho (PR) no Rio de Janeiro, mas leva vantagem no cenário de embate direto. O governador Confúcio Moura empata com o tucano Expedito Jr. em Rondônia.

Aposta no Rio Grande do Sul

Na eleição de 2010, o PP não elegeu sequer um governador e acabou herdando Minas Gerais quando Antonio Anastasia saiu para concorrer ao Senado. Na eleição deste ano, o PP está à frente no Rio Grande do Sul, com Ana Amélia Lemos, que deverá enfrentar o governador Tarso Genro no segundo turno. Em Roraima, Neudo Campos liderava a briga contra candidatos de PT e PSB, mas acabou deixando a disputa na sexta-feira por ter tido o registro cassado.

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Encolhimento previsto

Até a trágica morte de Eduardo Campos, o PSB estava ameaçado de não eleger nenhum governador, um contraste em relação a 2010, quando venceu em seis Estados. A comoção em Pernambuco pela morte alavancou Paulo Câmara, que ultrapassou o até então favorito Armando Monteiro (PTB). As pesquisas indicam vitória de Câmara no segundo turno. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, deve enfrentar Paulo Hartung (PMDB) no dia 26 de outubro.

Garotinho está empatado no RJ

Uma possibilidade de vitória do PR é o Rio de Janeiro, onde o ex-governador Anthony Garotinho está empatado com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). A rejeição elevada de Garotinho complica sua situação no segundo turno.

Líder nas pesquisas, o ex-governador José Roberto Arruda desistiu de concorrer a um novo mandato no Distrito Federal e será substituído por Jofran Frejat, que era vice na chapa.

Sarney é o alvo

Depois de mais de meio século de hegemonia da família de José Sarney e de seus aliados no Maranhão, o comunista Flávio Dino lidera, em uma aliança de nove partidos (PP, SD, PROS, PSDB, PC do B, PSB, PDT, PTC e PPS) e o apoio informal de setores do PT que rejeitam a candidatura do aliado oficial da legenda, Lobão Filho (PMDB).

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Retorno na Bahia

Em 2010, o DEM elegeu dois governadores – Raimundo Colombo, de Santa Catarina, e Rosalba Ciarlini, do Rio Grande do Norte. Colombo migrou para o PSD, e Rosalba não é candidata. Em compensação, o partido está prestes a eleger o ex-governador Paulo Souto na Bahia, quarto maior colégio eleitoral do país. Ele foi eleito pelo PFL em 1994.

Taques à frente

Depois do jejum de vitórias em 2010, o partido de Leonel Brizola se encaminha para eleger um ou dois. No Amapá, Waldez Góes liderava a última pesquisa disponível (Ibope feito de 8 a 10 de agosto). Em Mato Grosso, o senador Pedro Taques tem 43% na mais recente sondagem do Ibope e o segundo colocado, Lúdio Cabral (PT), soma apenas 16%.

Chance única

Sem nenhum governador eleito em 2010, o PTB contava com a vitória de Armando Monteiro, que já teve índices suficientes para vencer no primeiro turno em Pernambuco, mas foi ultrapassado por Paulo Câmara (PSB). No caso do PSD, Raimundo Colombo é favorito para se reeleger no dia 5 em Santa Catarina.

*Colaborou Juliano Rodrigues

**Zero Hora