Zero Hora entrevistou Francine Desoux, 25 anos, que trabalha como produtora de casting em uma agência de modelos (foto) e seu namorado, Gustavo Kluwe Saudade, psicólogo, de 26 anos.
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:: TPM na visão dela
ZH- Quais são os sintomas mais frequentes?
Francine – Irritabilidade e carência. Fico muito impaciente e intolerante. Situações que passariam normalmente se transformam em catástrofes. Fico bastante insegura também, me torno um belo alvo para qualquer tipo de críticas, mesmo as infundadas. Basta alguém me olhar torto e já me dá vontade de chorar. Também fico mais dengosa, sinto os seios inchados e doloridos.
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ZH- E o seu namorado, como lida com a situação?
Francine- O meu namorado é psicólogo. Ele entende, mas diz que é para eu me virar com meus hormônios (risos). Ele é bastante paciente, me ouve e tudo mais, mas, na verdade, não me dá muita corda.
ZH – O que você faz para diminuir os sintomas?
Francine- Evito ao máximo encontrar os amigos ou a família neste período. Sabe todas aquelas coisas desagradáveis que tu tem vontade de falar pras pessoas, mas segura por uma questão de educação? É como se na TPM eu tivesse prazer em externar essas informações! (risos) Ao mesmo tempo, acho que estar nessa fase justifica a minha chatice.
ZH – Como você é nos demais dias?
Francine- Sou feliz, uma pessoa bem humorada, pra cima. Sou tranquila, segura e crítica. Tudo que na TPM não sou!
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ZH -Você acha que influencia no seu ambiente de trabalho?
Francine – Já chorei numa reunião de trabalho com as minhas chefes. Lembro que explicava que estava chorando por causa da TPM, já que não tinha nenhuma razão para isso. Eu perco um pouco a tolerância em situações que normalmente não me abalaria, mas contornar sem expor minha falta de paciência. Ser “política” nessas circunstâncias é essencial, mesmo sendo difícil.
:: TPM na visão dele
ZH – Tu percebe rápido quando ela está de TPM?
Saudade – É possível perceber alguns sinais. Os mais comuns são nossos conhecidos já e fica claro que o período se aproxima. Contudo, ela sempre encontra uma maneira de se antecipar e já ir avisando abertamente. Gosto muito quando essa maneira é bem-humorada ou no mínimo bem consciente.
ZH – Quais os sintomas que tu percebes?
O primeiro que fica claro para mim é um descontentamento consigo mesma que, geralmente, se relaciona com as esferas estética, profissional ou familiar. Eu também percebo sua irritabilidade nesse período, principalmente no trabalho e com questões domésticas.
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Ela sente necessidade de comer doces e também percebo aumento da libido sexual.
ZH – Tens alguma estratégia para ajudá-la?
Saudade – Procuro incentivar o seu autoconhecimento ou alto controle. Fica engraçado, por vezes, quando digo: “Você está se sentindo carente assim pela TPM”, e ela responde: “Como tu é cruel, não cuida da minha carência, está ausente”. E costumo afirmar: “Sua carência não é por minha ausência e sim, pela ausência da serotonina”.
ZH – O que costuma dizer para ela?
Saudade – Eu gosto de dizer para ela que “a TPM é um problema dela”. Digo isso, porque é uma alteração que ela vai ter em sua vida nas mais diversas situações e, por isso, precisa saber lidar. Para ajudar eu só posso ser compreensivo com as alterações de humor, tentar não introduzir assuntos polêmicos nesse período, não solicitar o julgamento decisivo dela sobre alguma questão importante.
ZH – Como ela é nos demais dias?
Saudade – Ela é uma pessoa muito determinada e decidida, na TPM não. Ela é segura e confiante, na TPM não. Ela é carinhosa e boa ouvinte, na TPM quer falar mais do que ouvir. Ela é racional para a grande parte das questões, na TPM é emocional até para pedir comida.
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