A prefeitura de Blumenau fez uma apresentação nesta sexta-feira (14) para detalhar como e em quais prazos vai conseguir tirar do papel cada uma das medidas anunciadas para segurança nas escolas e creches da rede municipal após o ataque no Cantinho Bom Pastor.
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O objetivo foi tranquilizar as famílias para o retorno às atividades na segunda-feira (17), depois de uma semana e meia de recesso escolar motivado para que a prefeitura conseguisse organizar as contratações de agentes de segurança.
São seis tópicos principais nas ações de segurança em unidades de ensino da prefeitura. Elas passam por plano de contingência sobre como agir caso um episódio de ataque e vão até a articulação por leis mais severas para crimes hediondos, além de obras e vigilância armada.
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Confira abaixo os 6 tópicos
1 — Plano de Contingência: o documento vai estabelecer protocolos sobre como proceder diante de um eventual ataque a unidade de ensino. O trabalho será realizado pela Defesa Civil de Blumenau, que tem buscado modelos dos Estados Unidos e Canadá para definir os procedimentos nos colégios e creches da rede pública na cidade.
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A expectativa é de que o plano fique pronto dentro de 60 dias e então a prefeitura comece a fazer simulados, nos mesmos moldes do que já ocorre com desastres naturais.
2 — Ampliação da equipe multidisciplinar: o município vai contratar profissionais para montar sete equipes de atendimento multidisciplinar, formadas por profissionais de psicologia e assistência social. Cada grupo será responsável por atuar nas creches e escolas municipais de uma determinada área.
Os atendimentos serão itinerantes e conforme a demanda apresentada por cada unidade, segundo o secretário Municipal de Educação, Alexandre Matias. Atualmente, são apenas duas equipes.
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3 — Câmeras e botão do pânico: a prefeitura disse que entre 15 e 45 dias, no máximo, serão instadas 220 câmeras nas entradas das unidades de ensino da rede municipal de Blumenau. Os equipamentos estarão interligados à Central de Controle Operacional do município e à Polícia Militar, que poderão ver as imagens em tempo real.
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Também serão colocados botões do pânico em pontos estratégicos das unidades, para que os órgãos de segurança sejam acionados com prioridade em caso de urgência. A forma de acionamento do dispositivo será estabelecida dentro do plano de contingência para ataques.
4 — Muros e cercas reforçados: 12 equipes de engenharia da prefeitura vistoriaram as creches e escolas para identificar pontos que precisam ser melhorados nos muros e cercas. Em 24 delas, segundo a prefeitura, algum tipo de obra já está sendo executada. Nas demais, o governo avalia se será possível resolver com o contrato já em vigor de manutenção ou se haverá necessidade de licitação.
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5 — Agentes de segurança: a partir de segunda-feira (17), 150 agentes de segurança estarão nas escolas e creches municipais de Blumenau. A princípio, 50 deles armados e 100 não. Só os diretores das unidades vão saber quais estão com arma letal. Na semana seguinte, todos estarão armados. Eles vão atuar 12 horas por dia — desde a abertura dos portões até o começo da noite. O investimento para os primeiros seis meses de serviço é de aproximadamente R$ 6 milhões.
6 — Rigor na legislação: o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) informou que na próxima terça-feira (18) viaja para Brasília, onde terá uma série de reuniões na tentativa de sensibilizar políticos federais sobre a necessidade de rigor na pena para criminosos como o homem que atacou a creche de Blumenau e matou quatro crianças no início do mês.
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Na agenda já estão audiências com o Ministro da Justiça, Flávio Dino, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Ainda há uma tentativa de agenda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD).
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