Os cinco deputados gaúchos eleitos para a comissão do impeachment tendem a votar pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff. Todos eles fizeram parte da rebelião de alas de partidos que ocupam cargos no Executivo, mas que discordaram de líderes das bancadas terem indicado somente nomes governistas ao colegiado.

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Os cinco nomes do Rio Grande do Sul são: Osmar Terra (PMDB), Jerônimo Goergen (PP), Luís Carlos Heinze (PP), Sérgio Moraes (PTB) e Ronaldo Nogueira (PTB). Para esta quarta-feira está marcada a sessão que vai eleger mais 26 membros da comissão, todos eles de partidos derrotados, como PT, PC do B, PDT, PR e PRB.

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O peemedebista Osmar Terra, desde o início, é um dos articuladores da chapa avulsa que saiu vitoriosa na disputa com a nominata governista. Nos últimos meses, Terra participa de encontros com deputados de partidos da base aliada e de oposição que são favoráveis ao impeachment.

– Acho que temos de nos basear em critérios técnicos, embora eu tenha posição política de que o país não pode mais ficar como está. Temos uma responsabilidade grande de não infringir a legalidade, mas minha impressão é essa (de que há elementos para afastar Dilma) – avalia Terra.

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No PP, os dois parlamentares são a favor do afastamento da presidente. Ambos já adotaram, ao longo da trajetória política, posições antipetistas.

– Farei de tudo para representar dentro da lei a vontade dos gaúchos e brasileiros, mas, a partir de hoje, a posição política é para dar um novo rumo ao Brasil. A mobilização do povo será fundamental – disse.

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– Quem é responsável por toda essa corrupção? É lógico que a Dilma sabia de tudo que aconteceu na Petrobras e ela cometeu crime de responsabilidade com as contas do governo em 2014 e 2015 – afirmou Heinze.

Entre os petebistas, há um discurso mais comedido, mas prevalece, nos bastidores, a tendência de opção pelo afastamento de Dilma.

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– Me deram a garantia de que eu poderia votar conforme a minha consciência (ao entrar na chapa alternativa). Vou analisar o processo – diz Ronaldo Nogueira.

Ele conta que chegou a ser convidado pelo líder do PTB, Jovair Arantes (GO), a ingressar na chapa do governo. Mas, neste caso, ele teria de votar contra o impeachment. Por isso, Nogueira se inclinou à nominata avulsa.

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Já Sérgio Moraes defende a escolha de um relator com posição neutra. Ele avalia que é preciso ouvir a opinião popular.

– Neste momento, a vontade da população é pelo impeachment. Trocar, virar essa página, mas isso não pode ser feito de maneira precipitada. Tem que ter um pouco de cautela para não causar uma injustiça como já foi cometida em outros tempos – ponderou Moraes.

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