Quem nunca teve aquela vontade de comer um chocolate ou outro docinho em determinada hora do dia? Os desejos por comida não são exclusivos das mulheres grávidas: embora as causas possam variar de pessoa para pessoa, a maior parte dos casos de craving (vício em doces) são motivados por mudanças hormonais e alimentares.
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A nutricionista funcional Luciana Harfenist observa que “dietas da moda” ou planos alimentares muito restritivos e com baixa contagem de calorias, por exemplo, afetam igualmente a produção de vários neuroreguladores. Deficiência de vitaminas, dieta rica em alimentos com alto índice glicêmico e jejum prolongado também desregulam o controle da ansiedade:
– Tudo isso pode contribuir para o surgimento de sintomas relacionados ao craving. Além de influenciar a química cerebral, essas dietas provocam alterações na concentração de ácidos graxos, decorrentes da ansiedade e da perda rápida de peso, que podem contribuir para o desenvolvimento da compulsão alimentar – esclarece Luciana.
Definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um desejo de repetir uma experiência em função dos efeitos neuroestimulantes de dadas substâncias em nosso organismo, o craving incide com maior frequência sobre as mulheres por causa do ciclo hormonal. No entanto, sedentários e obesos também integram o grupo de possíveis vítimas desse forte desejo por alimentos específicos.
Luciana explica que o tratamento desse problema deve envolver ações de reprogramação alimentar; avaliação da dieta, dos níveis de serotonina e dos nutrientes em baixa; reposição através de suplementos individualizados e, em muitos casos, acompanhamento psicológico.
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Seja como for, há alimentos que podem aplacar o craving, como banana, brócolis, folhas verde-escuras e frutas oleaginosas – entre outros. Eles dão conta do estresse oxidativo, estimulam a produção de serotonina e regulam a produção dos neurotransmissores. Confira abaixo algumas atitudes simples destacadas pela nutricionista funcional e que podem ajudar a combater o “vício” em doces:
:: Comer de três em três horas, pois ficar em jejum prolongado pode desregular a área do controle da saciedade no cérebro
:: Beber dois litros de água por dia
:: Praticar exercícios regularmente
:: Investir em atividades prazerosas, como passeios, aulas de dança, canto e artes
:: Dar atenção especial à dieta, procurando consumir diariamente alimentos ricos em fibras e vitaminas, especialmente B12, cálcio, ácido fólico, magnésio, triptofano e ômega-3
:: Em casos mais extremos, é recomendado o acompanhamento do um profissional de psicologia.