A tragédia no Haiti não pode ser um assunto proibido em famílias com filhos pequenos. Trata-se de uma oportunidade para ensinar empatia às crianças. Em entrevista ao jornal The Star-Ledger, a psicóloga americana Monica Indart, consultora da ONU e da Unicef, explica que o terremoto que matou milhares de pessoas no país deve ser discutido em casa.

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Confira algumas opiniões da psicóloga sobre o assunto:

::: “As crianças de hoje estão muito mais conscientes do que as de 20 anos atrás. As escolas promovem um trabalho melhor de conectar o conhecimento infantil sobre outras partes do mundo. Eu ficaria muito surpresa de encontrar crianças que não tivessem nenhuma noção do que está acontecendo”.

::: “Quanto mais a criança é nova, mais ela capta as emoções que seus pais estão sentindo. Crianças pequenas não desenvolveram ainda as funções da linguagem, portanto focam realmente no que conseguem perceber não-verbalmente. Eles detectam ansiedade e tristeza mais do que crianças de mais idade”.

::: “É preciso explicar em linguagem apropriada para cada idade o que foi o desastre, o que foram os terremotos e dizer que este evento aconteceu em outro lugar do mundo. Dizer sim que muitas pessoas morreram e outras tantas estão sofrendo e que é possível ajudá-las. Esta é a primeira lição de empatia e ajuda ao próximo. Não espere que as crianças venham procurar os pais com dúvidas: seja pró-ativo e ajude seus filhos a entenderem a situação”.

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::: “As famílias devem se sentar reunidas para comentar o que ocorreu e enfatizar que isso foi um desastre da natureza. Que essas coisas não são previsíveis. A lição que sairá disso é que os seres humanos precisam se ajudar uns aos outros e que sobrevivem a coisas muito atemorizantes”.