A grande procura por cápsulas feitas em casa por um representante comercial de Pomerode e a posterior prisão dele reacendeu o debate sobre o tratamento contra o câncer. Confira na linha do tempo como iniciou o uso da fosfoetanolamina como forma alternativa de enfrentar a doença.
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1930
As primeiras pesquisas sobre a substância foram feitas na década de 30 quando o pesquisador Outhouse comprovou, por meio de pesquisas em bois, que a substância é produzida naturalmente pelo organismo de animais.
1990
O professor e doutor Gilberto Orivaldo Chierice, na época ligado ao Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP), começa os estudos sobre a metodologia de síntese da fosfoetanolamina no Instituto de Química.
2008
Carlos Witthoeft vai diversas vezes a São Carlos (SP) e fica por seis meses estudando a substância com o professor e doutor Gilberto Orivaldo Chierice. Apesar de não ser químico, ele aprende a produzir a fosfoetanolamina sintética. Neste mesmo ano, o doutor Salvador Claro Neto, aluno de Gilberto, entra com pedido de patente da “Fosfoetanolamina como precursor de fosfolipídio para correção de disfunções celulares e metabólicas” no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
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2014
Junho
A USP edita a portaria nº 1389/2014 e determina que a produção e a distribuição de drogas com finalidade medicamentosa ou sanitária só podem ser feitas mediante a prévia apresentação de licenças e registros expedidos pelo Ministério da Saúde e Anvisa.
2015
23 de junho
Carlos Kennedy Witthoeft é preso em flagrante por falsificação de medicamento na casa onde mora em Pomerode. Maquinário, matéria-prima e cápsulas são apreendidos pela polícia.
8 de julho
Justiça concede liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 100 mil, comparecimento à autoridade judicial sempre que intimado e semanalmente em juízo para justificar atividades, não se ausentar de Pomerode por mais de oito dias, não mudar de endereço sem prévia autorização judicial e proibição de manipulação de medicamentos.
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9 de julho
É expedido alvará de soltura. Com pedido de habeas corpus para redução da fiança feito por um dos advogados de Carlos, Ricardo Deucher, Justiça concede liminar para reduzir o valor da fiança para 10 salários mínimos (R$ 7,8 mil).
3 de agosto
É decretado o segredo de justiça do processo e é aprovada a quebra do sigilo bancário de Carlos Kennedy Witthoeft e da esposa entre 1º de janeiro de 2014 e 20 de julho de 2015. O Ministério Público analisa o processo.