O cenário atípico que vivemos no último ano acelerou muito a mudança de comportamento do mercado, que estava prevista para acontecer nos próximos cinco anos. Bilhões de pessoas ao redor do mundo mudaram suas rotinas para cumprir as normas de distanciamento social, e isso fez com que comportamentos ditos como “tendências” se transformassem em realidade mundial em questão de dias.
Continua depois da publicidade
As mudanças fizeram também com que executivos se debruçassem sobre as estratégias de marketing e mercado para buscar alternativas de atender à nova demanda. Afinal, para um novo mercado, para novos comportamentos é necessário pensar em novos conceitos.
> Plataforma oferece mais de 700 vagas de emprego em tecnologia; saiba mais
Hoje as empresas que criam um enredo e sobem ao palco para, em forma de monólogo, contarem a sua história, com um storytelling traçado com começo, meio e fim, já não conseguem mais espaço na vida do consumidor. O que precisamos hoje – e o que o mercado quer – são empresas, marcas e soluções que cocriem alternativas, usando soluções com foco no consumidor. Que transformem o “storytelling” em “storydoing”.
E isso nos faz repensar (ou atualizar) os famosos 4Ps de marketing de Philip Kotler. O conceito de “produto”, “praça”, “preço” e “promoção” foi desenvolvido em tempos diferentes. Mas não se trata de derrubar os 4Ps. É necessário apenas utilizar outra nomenclatura para deixar mais claro como podemos ter um pensamento focado no consumidor.
Continua depois da publicidade
> Santa Catarina passa por processo de interiorização do ecossistema de tecnologia
A forma de pensar das empresas que conseguiram driblar as adversidades do último ano foi justamente ressignificar o conceito de Kotler.
Quando falamos em “produto”, devemos pensar nele como “solução”. E descobrir qual entrego, quais os problemas e dores do consumidor estão sendo resolvidos. Isso os fez parar de pensar apenas em um item, um produto ou serviço, e permitiu continuar mantendo o relacionamento com o consumidor entregando a “solução” para a dor.
A visão de “praça” ainda é muito geográfica e territorial. E hoje a “praça” é estar na mão do consumidor. O que é preciso é dar acesso, ou facilitar ao máximo, que o consumidor tenha a solução.
> Documentário reúne dicas para turbinar sua criatividade em 11 passos
Agregar valor sempre foi um dos objetivos do marketing tradicional, e neste momento ele fica ainda mais em evidência. Com a percepção de que cada vez mais o consumidor está se segmentado em grupos, nichos ou tribos, é preciso entender o que para ele é valor. Qual ponto entre suas tarefas básicas, funcionais, emocionais ou sociais este consumidor valoriza mais. E saber se aproximar de forma verdadeira a ele.
Continua depois da publicidade
A “promoção” nos moldes clássicos gera certa desconfiança, e com a velocidade de inovação e novas soluções que o mercado apresenta, é importante, antes de tudo, educar o mercado sobre a solução, suas vantagens, usabilidade e segurança.
> Joinvilense craque no Fifa explica a diferença entre gamers e ciberatletas
E, agora mesmo, virão em sua mente diversas empresas, marcas e startups que obtiveram um crescimento exponencial utilizando muito bem este novo olhar sobre os 4Ps. Algo que permite, com muito mais agilidade, entender os movimentos de comportamento dos consumidores e, sem se prender a “produto” ou “praça”, continuar dando acesso à solução com um valor gerado que vai além de preço.
Repense o produto, praça, preço e promoção para solução, acesso, valor e educação.
> Organizações inovadoras: veja lições aprendidas com o Vale do Silício
Não há mais espaço no mercado para quem não colocar o consumidor no centro. É preciso ter uma mudança concreta na forma de pensar e agir. Velocidade e inovação são primordiais para se manter no jogo, e com o mercado cada vez mais rápido e competitivo, focar no consumidor é o primeiro passo.
* Por Junior Gama
Embaixador do Centro de Inovação Blumenau – Gerente de Relacionamento e Inovação Sicoob Eurovale
Continua depois da publicidade