Mando de campo para quem teve a melhor campanha nas 18 rodadas. E nada mais. A vantagem de Avaí e Chapecoense para Criciúma e Figueirense, respectivamente, se resume apenas aos locais dos jogos das semifinais do Campeonato Catarinense 2019. Porém, em partidas terão o fator emocional como fortíssimo componente, que podem definir as partidas. Até porque, em caso de empate a definição será nas penalidades máximas.

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Todas as equipes têm motivações além da já inspiradora chance de alcançar o título. Melhores números, histórico recente, tempo para a preparação e embalo. São trunfos entre os quatro que passaram pelo funil da primeira fase do Catarinense 2019. No entanto, as equipes também têm deficiências para administrarem, ação muito necessária em jogo único e decisivo: quem errar menos, vai para a final.

Assista a análise do comentarista Roberto Alves

Confira a análise dos dois times para os jogos marcados para as 16h de domingo.

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(Foto: Guilherme Hahn/Especial )

Avaí

Positivo

A classificação final da primeira fase do Catarinense 2019 comprova que o Leão sobrou, com sete pontos a mais que o segundo colocado. Mesmo quando entrou em campo com jogadores da base e recém-contratados demonstrou força. Tem os melhores números da competição até aqui – inclusive deve terminar como melhor ataque (34 gols), melhor defesa (7 sofridos). Ainda que não seja o campeão, será o time que mais venceu jogos – tem 12 triunfos, três a mais que a Chapecoense. Ainda conta com o artilheiro do torneio, Daniel Amorim.

Negativo

Seu trunfo pode ser também a questão a ser administrada. O Leão virou o grande favorito por conta de seus números, e terá de gerenciar a questão para que não impacte no aspecto emocional: a pressão para que seja o campeão. No final do ano passado, boa parte dos jogadores sentiu isso na pele. O acesso antecipado à Série A parava em um resultado ruim e exigiu da equipe nervos de aço para alcançar o retorno à elite na última rodada. Só que desta vez, não haverá outra chance em caso de tropeço.

(Foto: Marco Favero, BD 07/05/2017)

Chapecoense

Positivo

O clube está acostumado a disputar jogos decisivos do Campeonato Catarinense. Afinal, esteve presente nas últimas três decisões. No ano passado, perdeu o jogo único para o Figueirense. Mas nas duas anteriores, também jogando como mandante, fez festa com a torcida na Arena Condá. O clima e a pressão que pode gerar uma semifinal em partida única podem ser perfeitamente administradas porque dirigentes, comissão técnica e parte do elenco já viveram situações similares recentemente.

Negativo

O técnico Ney Franco ainda está no começo do trabalho. Recém-contratado, ele tem apenas duas partidas no comando da equipe (empate com o Figueirense e derrota em casa ante o Avaí) e ainda está em fase de conhecimento dos atletas que tem à sua disposição. Ainda, é um novato no Campeonato Catarinense. Não tem outro time do estado no currículo, ao longo dos 15 anos de carreira como treinador. O início da jornada em Chapecó ocorre em um momento decisivo do Estadual.

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(Foto: Patrick Floriani, Figueirense FC)

Figueirense

Positivo

Entre os quatro semifinalistas, é o único que não tem compromisso no meio de semana. Enquanto Avaí, Chapecoense e Criciúma têm jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil, o Figueirense terá toda a semana para se dedicar à preparação ao jogo semifinal fora de casa. Um fator importante atrelado a isso é que o Figueira não foi derrotado nas quatro vezes em que voltou a campo após o meio de semana sem precisar entrar em campo. Nas quatro ocasiões, foram duas vitórias e dois empates.

Negativo

Em compensação, também em comparativo entre os semifinalistas, é o que vem de piores resultados. Há quatro partidas que a equipe não vence. Empatou com Chapecoense e Hercílio Luz e perdeu para o Joinville e para o Marcílio Dias. Ante o JEC perdeu a invencibilidade no Catarinense 2019 e contra o Marinheiro deixou passar a chance de ser o segundo colocado, e mandante da semifinal. Além de tática e técnica, cabe à comissão técnica trabalhar o aspecto emocional: levantar o ânimo do grupo pela sequência ruim.

(Foto: Cristiano Estrela, BD 04/05/2013)

Criciúma

Positivo

O Tigre que chegou a sentir o cheiro da zona de rebaixamento arrancou na reta final para conquistar a última vaga de semifinalista. Agora, o sonho no Heriberto Hülse é levantar o caneco novamente, após seis anos. Chega embalado pela reação que rendeu a disputa pela decisão. O roteiro até aqui lembra o de 2013, quando foi campeão em cima da Chape. Terminou o primeiro turno em sétimo e reagiu no returno para chegar com força. Na ocasião o adversário na semifinal (em duas partidas) foi o próprio Avaí.

Negativo

A equipe ainda carece de entrosamento. O próprio técnico Gilson Kleina é uma cara nova na temporada tricolor, sequer completou um mês de trabalho no retorno ao clube do início da carreira como treinador, em 2003. Ainda, as principais contratações do ano não ganharam a condição de serem titulares. O atacante Vinícius tem quatro partidas, o volante Wesley jogou em duas e o centroavante Léo Gamalho também com duas, saíram do banco para entrarem em ação em todas as ocasiões.

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