
Na coluna anterior, comentamos a respeito da atenção das incubadoras aos empreendedores, mas, no universo das startups, fala-se bastante também sobre as aceleradoras. Essa mudança acontece porque, hoje em dia, existem soluções diferentes para apoiar novos negócios. Afinal, empresas com estágios e objetivos diferentes precisam de apoio de formas diferentes. Logo, o modelo certo dependerá do estágio e dos objetivos do seu negócio.
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As aceleradoras existem no mundo há relativamente pouco tempo. A primeira empresa a começar este movimento foi a Y Combinator, no Vale do Silício em 2005, fundada por Paul Graham, no ano seguinte surge a TechStars. No Brasil, este fenômeno é ainda mais recente, as primeiras aceleradoras de destaque começaram a surgir por volta de 2011.
O objetivo de uma aceleradora, como o nome indica, é levar uma empresa do estágio que ela se encontra a um bem mais avançado em um curto espaço de tempo. O período entre a criação de uma empresa e seu break even, quando ela consegue pagar suas próprias contas, costuma ser muito grande, o que pode vir a ser determinante para o seu sucesso ou fracasso.
As aceleradoras surgiram para ajudar os empreendedores a construírem e consolidarem suas startups, a fim de que elas consigam, além de se manterem no mercado, lucrarem de forma exponencial. O processo de aplicação das propostas é aberto a qualquer empreendedor e costuma ser altamente competitivo, com taxas de aceitação entre 1% e 3% das propostas que são submetidas.
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As startups aceitas serão tutoradas em classes, a aceleradora não é um recurso sob demanda. O período do programa é curto, geralmente de três meses, podendo ser um pouco mais extenso, dependendo da aceleradora. O foco está em pequenas equipes, e não em fundadores individuais. Aceleradoras consideram que uma pessoa não é suficiente para lidar com todo o trabalho associado a uma startup.
As aceleradoras, além de investirem na qualificação dos empreendedores, aportam um pequeno capital. Em troca deste apoio, as empresas cedem um percentual de participação. No Brasil o investimento gira entre R$ 30 mil e R$ 100 mil. Este valor é conhecido como “dinheiro de sobrevivência”, que serve para ajudar os empreendedores a financiarem seus negócios e suas vidas pessoais durante a duração do programa. O modelo de negócio das startups que participam de aceleradoras é baseado na geração de capital de risco.
O processo que as startups passam na aceleradora pode ser dividido em cinco fases distintas:
1) Conscientização, fase que os empreendedores tomam conhecimento da existência dos programas das aceleradoras.
2) Aplicação, nesta fase, as startups submetem geralmente uma apresentação em vídeo para a avaliação e são entrevistados por representantes da aceleradora.
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3) Programa, é durante esta fase que as startups se concentram no desenvolvimento de seus produtos, de forma contínua, auxiliados pelos mentores. Nesta etapa também são refinados o pitch e as habilidades de apresentação, a fim de interessar os investidores.
4) Demo Day, é a grande oportunidade para as empresas e para os investidores conhecerem as startups e decidirem se são dignas de investimento.
5) Pós Demo Day, esta fase começa logo após o dia de demonstração. A partir de agora a startup está por conta própria. Se a aceleradora retém participação acionária na empresa, é do interesse da aceleradora ajudar a levantar investimento e, portanto, melhorar o valor de sua participação
O principal valor para o empresário que é escolhido para participar do programa da aceleradora, além do investimento e do treinamento, é a oportunidade de poder estar inserido num ambiente com outras startups, empresários e investidores, facilitando assim a criação de um networking e, quem sabe, novas oportunidades para a sua startup. É fundamental que a startup crie parcerias e, para isso, ela vai precisar de uma vasta rede de conexões precisas, nestes casos a escolha de um bom programa de aceleração é o melhor caminho a ser trilhado.
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*Fabiano Odebrecht é diretor executivo da Incubadora Gene de Inovação e Tecnologia.