Como tantos outros setores da economia, o mercado automotivo está em ponto-morto. O endividamento da população, as restrições de crédito e o risco de desemprego empurram para depois os planos de quem quer ter seu zero quilômetro na garagem. Os pátios de fabricantes e revendedores cheios não deixam dúvidas de que 2015 está longe de ser o melhor ano para o setor – em março, as vendas caíram 10,1% no Estado em relação a um ano atrás.
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As concessionárias garantem que têm facilitado o negócio, e consultores financeiros dizem que é preciso comparar as vantagens de comprar um novo ou usado. A bola está com quem quer comprar, que ganha poder de barganha. Confira sugestões para fechar negócio gastando menos.
Promoções
– Concessionárias passaram a anunciar juro zero e preço de fábrica para carros zero. Fernando Esbroglio, do Sincodiv, afirma que as condições de pagamento e a redução de preços chegaram ao limite em muitas concessionárias; portanto, o momento é favorável para quem quer comprar um zero km.
– Para avaliar a vantagem destas promoções, a dica do consultor financeiro Jackson Busato é comparar com os preços anunciados em outras épocas do ano para verificar se a proposta é de fato atraente.
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– Avalie promoções do tipo “IPVA pago” ou bônus como acessórios no carro para saber se o preço do automóvel não carrega, embutido, o custo destes benefícios.
Novo ou usado?
– Um carro novo costuma perder de 15% a 20% de seu valor logo que sai da revenda. Conforme economistas, se o objetivo é trocar de carro em até dois anos, a melhor escolha é um usado – o preço não irá defasar tão rápido. Se a opção for ficar com o mesmo automóvel por mais tempo, o novo é mais vantajoso.
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– A vantagem do novo está na segurança de ter um carro que veio direto da fábrica, sem histórico de acidente ou falha mecânica, por exemplo. Também há o benefício da garantia de fábrica.
– Por outro lado, com o preço de um popular zero, é possível comprar um seminovo mais potente ou com mais acessórios, por exemplo.
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Usado na troca
– Carros usados e em bom estado de mecânica e estética estão valorizados no mercado. As concessionárias costumam oferecer 90% do valor de tabela Fipe, mas podem chegar a até 100% se o seminovo estiver em ótimas condições, garante Hugo Ribeiro, conselheiro do Sincodiv/Fenabrave, entidade que representa revendedores de veículos.
– Revendas multimarcas podem avaliar melhor carros usados, conforme o economista e consultor financeiro Jackson Busato, mas nem todas estão comprando em razão de estarem com estoques cheios. Outra alternativa é vender o carro diretamente ao comprador – no entanto, você deve levar em conta que terá que lidar com a burocracia da transferência.
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– Não perca tempo com pequenas melhorias para impressionar lojistas experientes. Concessionárias e revendedores não ligam para pequenos arranhões na lataria ou se o carro está lavado ou não: o que vale é a condição da mecânica e o estado geral de conservação.
Como pagar
– As concessionárias não têm se deixado seduzir por pagamento à vista. Conforme Fernando Esbroglio, presidente do Sindodiv/Fenabrave, independentemente da forma de pagamento, parte das concessionárias já estão nos limites de descontos.
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– Mesmo que não consiga desconto significativo para o pagamento à vista, priorize esta forma de negócio. É uma maneira de escapar dos juros, que passam de 27% ao ano, conforme a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac) e evitar se endividar em um momento de instabilidade na economia.
– Se tiver de parcelar, pergunte qual o juro embutido e o custo total de financiamento, que inclui taxa de abertura de crédito ou análise de risco, por exemplo.
– Cartas de crédito de consórcios têm sido bem aceitas pelos revendedores. Use a sua para comparar preços em mais de uma concessionária.
Lembre dos custos
– É inegável a comodidade de ter um carro na garagem, mas é preciso levar em conta os custos envolvidos. Economistas lembram que gastos com IPVA, seguro, combustível e manutenção ao longo de dois anos equivalem ao preço de um novo automóvel. Portanto, faça os cálculos para saber se você conseguirá dar conta deste “filho” em sua garagem.
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Fontes: Anefac, Sincodiv/Fenabrave e consultor financeiro Jackson Busato